LOS ARGAOS [aresta los argaos]
A aresta de Los Argaos é a primeira linha de de cumes afiados que encontramos logo por cima do refugio de Vegarredonda e um dos percursos deste género mais clássicos dos Picos da Europa. Relativamente simples, e com várias hipóteses de fuga na parte inicial, é um percurso ideal para uma actividade “rápida” mas com grandes sensações.
Acesso – Depois de alcançarmos o refúgio de Vegarredonda, seguimos para a Llampa Cimera por cima do refúgio antigo, até alcançar o desvio para o Collado La Fragua e para o Porru Bolu. Seguimos para o primeiro onde encontraremos o início desta via.
Percurso – do Collado de La Fragua podemos iniciar a escalada de várias formas. Quer através de umas fissuras directas ao cume do 1º
Foto 1
Argao assim como por canais de ervas do lado este ou oeste. Nós optamos pelo lado oeste seguindo um caminho que sobe contornando o Argao pela sua esquerda para o abandonar um pouco mais à frente para subir um evidente canal à direita.
No cimo deste, deixando aqui as mochilas, podemos subir ao cume do primeiro Argao (foto 1).
Foto 2
Depois de regressarmos ao colo seguimos a ampla aresta sempre pelas zonas mais acessíveis atingindo a Torre de Lueje e o 2º Argao em poucos minutos (foto 2). No cimo da Torre de Lueje encontramos os seus característicos dois Buzons de cume.
A seguir destrepamos ao colo com o 3º Argao onde, contornando pelo lado esquerdo, alcançamos um marcado canal que subimos (IIIº) (foto 3).
Foto 3
No cimo do canal subimos uma rampa de erva que nos deixa no cimo do 3º Argao (foto 4).
A seguir ao 3º Argao espera-nos uma parte aérea. Inicialmente seguimos o fio da aresta e, ao alcançarmos uma
Foto 4
pequena brecha, realizamos um pequeno destrepe aéreo para o lado oeste com rocha não muito boa, mas fácil . Logo a seguir subimos a outra brecha que nos permite trocar de lado. Baixamos um pouco e encontramos uma Llambria (rampa) inclinada com bastantes fissuras para as mãos e pés. Apesar de espectacular é uma parte fácil com o passo mais difícil no final da Llambria onde um destrepe nos deixa no patamar por baixo do passo mais “difícil” da via.
Foto 5
Deste patamar subimos em diagonal para a direita, pela base do Argao, para alcançar um evidente diedro que nos permite passar para o lado este da aresta (foto 6). Quando alcançamos um pequeno ombro com uma fissura nos
Foto 6
nossos pés que permite proteger bem. O passo é uma aérea zona de placa de cerca de 3 metros, e razoáveis agarres onde por baixo dos nossos pés fica toda a Llampa Cimera (III+). No cimo do passo encontramos uma reunião com pontos. Uma corda de 50 metros permite-nos fazer o lance de uma única vez.
Mais uns passos e estamos no cimo do 4º Aragao. Aqui encontramos umas cintas para podermos rappelar. Também é possível destrepar, mas é aéreo e requer atenção (foto 7).
Foto 7
Depois do rappel voltamos a ter uma zona mais fácil. Do colo subimos em diagonal, sempre pelas zonas mais fáceis entre os arbustos e a rocha, até chegar 5º Argao (foto 8).
Foto 8
A partir deste Argao a aresta volta a tornar-se mais afiada. Descemos um pouco para voltar a subir uma lomba. No final deste cimo destrepamos um passo um pouco aéreo, e com rocha que inspira pouca confiança, para atingir um pequeno colo por baixo de um marcado pilar (foto 9).
Foto 9
Para o contornarmos seguimos as rampas com erva e pequenos canais da sua direita até atingirmos um pequeno colo antes de entrar na afiada aresta que seguiremos até ao final.
Foto 10
Esta parte da aresta, apesar de estreita e aérea, é mais fácil do que aparenta com vários pontos onde é possível colocar seguros (foto 10).
Subimos ao último cimo mesmo pela linha mais vertical e que nos deixa no seu topo mais plano e largo. Logo a seguir destrepamos para Este em direcção a um pequeno colo que nos dá acesso ao último passo mais exigente da via (foto 10).
Foto 10
Um III+ de uns 3 metros no cimo do qual terminam todas as dificuldades (foto 11).
Descida – Esta é feita para Este,
Foto 11
através do Mosquil de Cebolleda e o Collado Les Merines, e não pelo vale da Llampa Cimera. Descemos pelo vale ao lado, que passa nas traseiras do PorruBolu, e por onde segue o caminho de dá acesso aos cumes de Torrezuela. Por baixo PorruBolu o caminho vira para oeste e liga à Llampa Cimera e ao percurso que subimos inicialmente.
Dormir – podemos realizar esta actividade saindo do refúgio de Vegarredonda, dividindo o esforço da subida em duas partes, ou então da zona de Cangas de Onís fazendo os cerca de 1100 metros de subida de uma única vez. Se optarmos pela segunda opção temos que confirmar até que horas é possível 
subir a estrada que dá acesso aos lagos, e de seguida a Pan de Carmen, já que no período estival o seu acesso em viatura particular é vedado durante o dia. Em 2018 era possível subir em carro próprio até às 7 horas da manhã. Depois de subir a descida é livre.
