BREITHORN – CASTOR – ALPES SUIÇOS/ITALIANOS [travessia e subida vias normais]
A conjugação de subida a estes dois cumes tinha como base um projecto bem maior a colaborar com a “Espaços Naturais”. Por força das condições meteorológicas este não foi possível mas fica aqui a descrição para a subida a estas montanhas pelas suas vias normais.
A actividade proposta permite encarar a subida sem ter feito uma prévia aclimatização (dentro dos limites de adaptação de cada pessoa) mas também é uma travessia pelo que também torna a actividade mais exigente. As dormidas podem ser feitas nos refúgios poupando desta forma o esforço de ter levar o material necessário para acampar e a alimentação para a noite.Para garantir a dormida nos mesmos é melhor fazer a marcação com algumas semanas de antecedência. No primeiro dia saímos de Zermatt de teleférico em direcção à estação superior de Trockener Steg. Será daqui que começamos a andar subindo por entre as pistas de ski em direcção ao refugio Guida del Cervinia. Apesar de ter pistas não devemos esquecer que estamos a subir um glaciar pelo que é de todo aconselhável a fazê-lo encordado se já estivermos adiantados na época.
A subida é curta (entre os 2939 m. e os 3480 m.) permitindo-nos ir devagar e chegar cedo ao refúgio. Desta forma teremos bastante tempo de descanso.No dia seguinte continuamos a subir o glaciar para estação de teleférico de Klein Matterhorn. Ao chegarmos à zona mais plana rodaremos à direita de forma a atravessarmos o Breithornpass que nos separa da base do Breithorn. Este pico é considerado o cume de 4000 metros mais fácil e acessível dos Alpes em grande parte devido à curta aproximação desde o teleférico. Mas tal como é referido no guia desta zona “fácil para alpinistas experimentados e não para montanheiros experimentados”. A subida é simples e evidente mas teremos que contar com algumas crevasses mais ou menos ocultas e uma pendente onde é necessário algum cuidado, em especial na descida. Por ser um cume muito visitado também teremos que contar com muitas cordadas a cruzar connosco. A opção proposta evita este inconveniente já que saíndo bem cedo do refúgio quase que conseguimos chegar ao cimo quando as primeiras cordadas estão a sair do teleférico.
Depois de descermos continuamos pelo glaciar seguindo a base das paredes à nossa esquerda até ao Glaciar Di Vera, onde descemos algumas dezenas de metros. Atravessamos por o glaciar, passamos por baixo do refugio-bivaque Rossi-Volante, da base do Pollux, até ao Zwillingsjoch. Aqui há que ter em atenção o local de inicio da descida já que há uma tendência para a iniciar viragem à direita cedo do que o devido e acabamos por cima dos seracs e sem possibilidade de continuar. O melhor é continuar um pouco mais acima para passar bem próximo da aresta SE do Pollux. Neste local iniciamos a descida para o refúgio de Refugio Guide della Val d’Ayas onde chegamos depois de descer uma curiosa aresta de rocha até ao promontório de rocha onde ele se encontra.
No dia seguinte voltamos a subir do refúgio até ao Zwillingsjoch para alcançar a base do Castor. Esta face aparenta ser um bastante mais empinada do que na realidade é. No entanto, existem duas rimaias que poderão dar mais trabalho na sua passagem. Especialmente a segunda que dá acesso à aresta que poderá ter uma cornija e é a mais vertical. Depois de estarmos na aresta temos à nossa frente o cume e já vemos a bonita aresta de descida.
A aresta à algo aérea no seu início mas tem largura suficiente para ser confortável. Esta largura vai ficando mais estreita com o avançar da época. Por ser bastante alta e ter poucos cumes à sua volta é exposta aos ventos. Conforme vamos descendo a aresta alarga até chegar ao planalto de Felikhorn. Aqui rodamos à direita para descer o largo glaciar Felik . De inicio a descida é algo vertical e com possibilidade de queda dos seracs à nossa direita mas depois transforma-se numa relaxante descida até ao Refugio Quintino Sella. Este é o maior de todos os refúgios desta travessia mas também o mais frequentado. Todos os refúgios desta travessia são italianos e os guardas são sempre muito prestáveis.
Depois de passarmos aqui a noite descemos para o Vale de Ayas. O inicio do caminho de descida é muito bonito e aéreo já que segue um esporão de rocha e está equipado com corda fixa. No final deste o caminho contínua, agora mais plano, até ao Colle Bettaforca.
Ao chegar a este colo a melhor opção é chamar um táxi todo-o-terreno que nos leve daqui até a ou Stafal e a seguir a Gressoney la Trinitè . Podemos fazer a descida a pé para ambos os lados sendo a mais curta para Stafal.
Apesar de termos optado por subir por Zermatt penso que será mais fácil e barato se o fizermos tudo desde Breuil-Cervinia em Itália. O único senão é que a subida do primeiro dia não se faz a pé mas através de teleférico o que pode influenciar na aclimatação. No entanto podemos subir cedo e realizar um passeio em volta do refúgio de forma a favorecer a adaptação. Desta forma ficamos com a base do lado italiano e não necessitamos de dar a volta por França. Se optarmos por esta hipótese poderemos ficar em algum alojamento do vale de Aosta.