CANTARO MAGRO [luso-galaica V+ | 150m +100m]


       

A via Luso-Galaica é uma emblemática via do Cântaro Magro, aberta nos finais dos anos 70 na face oeste, por escaladores galegos em conjunto com elementos do Clube Nacional de Montanhismo (norte). A parte inferior foi escalada pela primeira vez em 20/agosto/1972 por várias cordadas durante um curso dado pelo guia A. Darbelay, sendo esta conhecida como “Via da Chaminé Larga”. Tal como ocorre hoje em várias vias desportivas, via “Luso-Galaica” acaba por ser a união da via “Chaminé Larga” com uns novos lances abertos pelos escaladores galegos na parte superior do anel. Muito possivelmente terá contribuido para esta situação o desconhecimento de que os primeiros lances já tinham sido escalados. Talvez isso tenha ocorrido pela dificuldade na partilha de informação existente na altura, algo que hoje, devido à internet e outros guias escritos, nos é muito mais acessivel.
Esta via será talvez uma das vias mais repetidas ao longo dos anos no Cântaro Magro. Muito pela caracteristica, e pouco comum em Portugal, chaminé do segundo lance. Não sendo uma via continua (pois tem o anel do cantaro entre a parte inferior e superior), o confortável grau de dificulade e a referida chaminé, fazem dela uma interessante via para primeiro contacto com a escalada na Serra da Estrela.

 

Croqui original quando da abertura da via

 

 

APROXIMAÇÃO


Seguindo a estrada que desce da torre em direcção às Penhas da Saúde e à Covilhã, e logo abaixo do desvio para a torre, encontramos um pequeno largo do lado esquerdo da estrada conhecido como a “Curva do Cântaro”. Este local permite observar a face norte do Cântaro Magro e é o local de saída para várias actividades como é o caso desta via. Para quem desce da torre será melhor descer mais um pouco e fazer a inversão de marcha na zona de estacionamento que existe um pouco mais abaixo e regressar. Isto evita algum acidente ao virarmos pois ficamos sem qualquer visualização de quem vem de baixo.
Deste bom estacionamento descemos ao pequeno colo que divide as duas faces e continuamos sobre o seu lado esquerdo. Procurando a melhor descida por entre os blocos, seguimos mais próximo da parede do cântaro durante cerca 15/20 minutos até localizarmos a evidente chaminé desta primeira parte.

 

Acesso Goggle Maps

 

NA VIA


Lance 1 (25 m) – entramos por uns ressaltes à esquerda de uma característica chaminé, que é forma de identificarmos a entrada na via. A meio encontramos um passo de placa mais delicado (1 chapa), seguido num pequeno diedro à esquerda, que nos deixa numa plataforma (à esquerda da chaminé) onde encontramos uns blocos para montar a reunião..

Lance 2 (35 m) –seguimos pelo canal na base da chaminé para, de seguida, iniciar a escalada pela chaminé propriamente dita. Pelo meio encontramos uns blocos entalados que não nos facilitam a passagem. No cimo destes encontramos uma zona mais plana mesmo antes da parte mais estreita e vertical da chaminé – local dos passos mais difíceis do lance. Montamos a reunião na base de um grande blocos logo após sairmos da chaminé (1 pitão que reforçamos com um friends) .

Lance intermédio (+/- 100 m) – o próximo “lance” atravessa o conhecido “Anel do Cântaro” seguimos inicialmente pelos bloco do lado esquerdo da chaminé para logo a seguir iniciar a trepada com tendência para a direita por um terreno com erva e degraus de rocha em direcção à vertical do evidente esporão .

 

 

Lance 3 (50 m) – subir inicialmente por uma zona de blocos em direcção a duas fissuras paralelas por onde continuamos. Passando entre estas e outras que seguem mais o rectas, escalamos até encontrarmos a reunião equipada ao lado direito de um grande bloco numa pequena plataforma e que interrompe a fissuras por onde temos vindo a escalar .

Lance 4 (35 m) – escalar uma grande placa com fissura do seu lado direito por onde seguimos. Quando a fissura se torna vertical passar para a parede da direita (uma chapa) e escalar por ela. Passar um pequeno dulfer (passo mais duro mas fácil de proteger) e regressar novamente à vertical da fissura abaixo de onde encontramos um pitão à esquerda da mesma. Continuar por umas fissuras mais fáceis (um pitão pouco fiável a meio) que nos levam até à plataforma da reunião equipada.

 

 

DESCIDA


Como todas as vias que terminam no cimo do cântaro temos duas formas de descer. Ou através do rappel de cerca de 30 metros, existente na ponta do cântaro virado para a curva da estrada, onde encontramos dois químicos para passar a corda. A outra opção é descer pelo caminho que sai para sul da zona plana do cimo. A primeira opção é, em princípio, mais rápida.
Depois de estarmos no colo entre a curva da estrada e o cântaro só temos que subir ao estacionamento.

Também é possível rapelar os lances superiores e voltar ao anel do cântaro. É uma opção interessante se queremos fazer outra via nesta face.

 

 

 

Info

Água não encontramos água junto às paredes. A bica junto ao estacionamento da “Santa” não é de qualidade garantida pelo que não aconselhamos a consumir daqui

Dormida para além dos vários alojamentos que encontramos nas Penhas da Saúde (como é caso da Pousada da Juventude) não posso deixar de sugerir o alojamento propriedade do Paulo e da Daniela em Manteigas (Casa das Mariolas)

Rocha placas de granito cortadas por alguns diedros

Previsão Meteorológica