CURAVACAS [diagonal IV/3+ | 600m]


      

O Curavacas é um dos picos mais procurados no maciço da montanha Palentina. As vias mais repetidas são a normal – ou do El Callejo Grande – e o corredor Sul. Dada a orientação sul destas vias pode ser difícil entrá-las nas condições óptimas… especialmente se só estamos disponíveis ao fim de semana…

A Diagonal tem uma orientação para nordeste o que faz com que a via fique bem protegida do sol, mas também dos ventos de norte pela crista que segue do cume para Pedrera Pindia. Só a parte inicial até aos blocos entalados apanham o sol desde o amanhecer. Se chegarmos cedo à base não teremos muitos problemas. No entanto, e comparado com as vias mencionadas anteriormente, a Diagonal é técnicamente mais exigente e comprometida.

A Diagonal é uma via de rocha aberta em junho de 1955 mas só foi repetida no inverno quase vinte anos mais tarde, em 1973. A cerca de um terço da via encontramos uns característicos blocos entalados. Inicialmente só existia um bloco mas em 2008 apareceu um segundo que aumentou ligeiramente a dificuldade desta zona, especialmente em invernos mais secos.

Ao contrário Espiguete aqui ao lado, a rocha do Curavacas é um conglomerado difícil de proteger. Nem sempre encontramos fissuras ideais para colocar protecção pelo que é preciso ter algum cuidado e colocar material antecipando possíveis zonas mais expostas. O mesmo se passa com as reuniões. Apesar de termos sempre rocha do lado esquerdo esta é compacta e com poucas fissuras. Isso faz com que praticamente não encontraremos material colocado na via, nem mesmo nos locais habituais das reuniões.

 

 

APROXIMAÇÃO


Iniciamos a aproximação desde o centro Vidrieros onde podemos deixar o carro. No inicio seguimos por um estradão, que sai sobre o lado esquerdo, rumo a noroeste. Ao passarmos uma linha de água encontramos um caminho que sai à direita e que seguimos. Este caminho vai subindo o vale, inicialmente por entre as árvores e depois por uma zona de prados mais aberta. Ao chegarmos aqui já o dia estará a clarear e já nos é possível identificar toda a face sul do Curavacas e o Collado del Hospital para onde temos que seguir. Continuamos pelo caminho que melhor nos der acesso a este colo. Daqui é fácil identificarmos o canal de entrada. Para o alcançarmos seguimos na diagonal sobre o lado esquerdo até à base.

 

NA VIA


Lance 1 – Subimos pelo evidente canal até alcançarmos um ombro de onde já vemos a zona dos blocos entalados. O canal tem cerca de 45º de inclinação com um ressalto que pode andar pelos 55º ou IIIº se está seco.

Lance 2 – Do cimo do ombro atravessamos, inicialmente na horizontal, para depois seguir pelo canal largo até à base dos blocos entalados (+/- 40º). Uma corda de 60m não permite fazer toda a travessia de uma única vez pelo que será necessário realizar uns metros de cordada em movimento se as condições assim o obrigarem.

 

Lance 3 – Esta será a zona mais difícil da via. A parte inicial pode realizar-se de duas formas. Ou pelo buraco existente do lado esquerdo (se não estiver tapado pela neve) ou pela rampa gelada do lado direito (45º). No cimo de cada uma destas opções encontramos um muro que se houver muita neve pode estar complectamente coberto ou então estar formada uma cascata de gelo (80º). Até 2008 a partir daqui entravamos no canal superior sem mais dificuldades. A partir dessa altura a queda de um enorme bloco tapou essa possibilidade obrigando a fazer uma travessia para direita (III+) para alcançar uma fissura onde encontramos um pitão. Escalamos pela fissura com tendência sobre o seu lado direito (IVº) algo exposto face à distancia e qualidade do ultimo ponto (pitão). As presas vão melhorando até conseguirmos alcançar o canal superior (45º). Montamos reunião na parede da esquerda e uma ancora.

Lance 4 – Este lance será o mais fácil da via. São cerca de 55 metros de 45º/50º numa rampa de neve até próximo do ressalte seguinte. Mais ou menos a meio passamos o desvio para a via “Directa del Fraga” uma das mais difíceis do Curavacas. Montamos reunião na esquerda numa zona mais plana junto a um muro vertical.

 

Lance 5 – Saímos da reunião em direcção a um ressalte (70º/IIIº) que nos permite contornar um esporão mais saído. Por cima temos uma pala de neve (50º) que numa travessia ascendente, nos deixa num muro de rocha. Nesse muro encontramos um parabolt com uma argola que é a primeira reunião da via “Involución”, uma das ultimas vias, e talvez a mais dura, aberta nesta face. Em anos com muita neve poderá estar tapado.

Lance 6 – Começamos o lance seguinte descendo uns metros desde o local da reunião de forma a contornamos um grande bloco e entrarmos no diedro-rampa (a diagonal propriamente dita e que dá nome à via) onde estão os lances seguintes. Continuamos pela rampa até termos o novo ressalte de gelo (70º) algo exposto pois não há muito sitio para colocar proteção. À nossa direita vemos a característica Gran Placa Amarila. Uns 30 metros acima montaremos reunião, um pouco antes do ressalte seguinte.

 

Lance 7 – Continuamos passando o ressalte logo a seguir à reunião para continuar por mais 60m pela rampa até montarmos reunião até ao limite da corda.

Lance 8 /9 – Nos lances seguintes mantém-se a mesma tónica, com pequenas zonas / ressaltes onde encontraremos mais gelo e partes ligeiramente mais verticais, mas sem serem complicados. Caso as condições permitam, e o à vontade ajude, podemos realizar estes lances em cordada em movimento. No fim do ultimo lance estaremos na La Llana.

Esta zona tem fama de estar com frequência muito gelada dando origem a vários acidentes. Convém estar com a máxima atenção, recordando que ir encordado, sem colocar pontos intermédios, poderá ser pior do que estar cada um por sua conta.

 

DESCIDA


Para descer atravessamos a Llana em sentido ascendente com o objectivo de chegarmos ao cimo da via normal, também conhecida pelo Callejo Grande. Para isso não é necessário subir ao cume se não o desejamos. Para irmos ao cume temos de subir Llana mais sobre a direita e mais recto de quando saímos da Diagonal.

Para descer a parte inicial do Callejo Grande, que é a parte mais vertical desta via, encontramos duas argolas, em alturas diferentes, colocadas no grande bloco que temos do lado esquerdo do inicio da descida. Esta zona, tal como acontece na La Llana, muitas vezes está coberta de gelo o que faz que estes rappeis sejam muito uteis.

Depois desta parte só teremos que descer os restantes 400 metros de corredor até voltarmos a cruzar o caminho que fizemos na subida novamente a Vidrieros.

 

Info

Dormida Na zona encontramos várias opções. Perto de Vidrieros, em Triollo, encontramos o Hostal Restaurante La Montaña, onde o dono está sempre disponível para algo que precisemos. Um pouco mais longe, e habitualmente usado para subir ao Espiguete, temos o hostal El Abuelo, em Camporredondo de Alba.

Material – corda 60 metros, 4/5 friends médios até #2 da Black Diamond, jogo entaladores, 3 pitões de gelo e estaca (ou ancora de neve) segundo as condições, 6 expresses, cintas para alongamentos. Levar dois pitões de rocha tipo lâmina pode ajudar a montar alguma reunião.

Previsão Meteorológica

              

 

 

 

 

 

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