EL TAILLON – PIRINEUS [Desde Bujaruelo e pelo refugio Serradets]
O Taillon é talvez o 3000 dos Pirenéus mais frequentado. Mas isto só se tivermos em conta o acesso “rápido” desde o parque de estacionamento Coll de Tentes e onde se chega vindo de Gavarnie. Se todas as viessem de Espanha, através de San Nicolas de Bujaruelo, a situação mudaria já que o desnível e a distância são o dobro.
Mesmo tendo esta perspectiva resolvi fazer esta ascensão através da famosa Brecha de Roland onde já tinha está à vinte e quatro anos quando da minha primeira vinda aos Pirenéus.
O caminho sai de Bujaruelo através da ponte de pedra e sobe por entre o bosque, em direcção ao Puerto do mesmo nome, deixando o GR11 à nossa esquerda. Vamos subindo o vale tendo como companhia a feias torres de alta tensão. Cruzamos o Barranco de Lapazosa e passamos a pequena Cabaña de “Electricas” e continuamos do lado esquerdo do vale.
No verão é conveniente madrugar para subir este vale já que o sol começa a aquecê-lo a meio da manhã tornado um autêntico forno e até chegar a este refúgio não há agua.
A partir daqui o vale vai-se fechando e o caminho continua do lado esquerdo do mesmo podendo mesmo ver-se já o colo de Bujaruelo no final. Ao chegarmos a este encontramos o final da estrada que vem do Coll de Tentes e passamos a cruzarmo-nos com muitos turistas que sobem ao refúgio de Serradets.
O caminho não tem que enganar. Uma placa à direita indica-nos o refúgio. Seguimos contornando a base da face norte do Gabietos e do Taillon, esta muito procurada no inverno. Em determinada altura o caminho vira a SE e sobe ao colo de Serradets. Daqui já vemos o refugio e a Brecha de Rolando.
Do refúgio seguiremos em direcção a sul subindo a marcada moreia do antigo glaciar, agora muito residual. Só encontraremos neve e gelo muito próximo da brecha. A redução dos últimos 20 anos é brutal. No entanto poderemos necessitar de usar crampons, especialmente se temos intenção de passar de manhã cedo.
Ao chegar à brecha podemos contemplar a fantástica paisagem ou visitar uma das grutas escavadas pelo Conde Russel com o objectivo de servirem de abrigo nas suas explorações.
O caminho contínua pela direita seguindo a base da muralha até alcançarmos a Falsa Brecha e o “Dedo” que contornamos pela aérea vertente francesa. Lá em baixo vemos o que resta do glaciar. Seguimos o trilho que serpentea pela aresta até alcançar o cimo do Taillon (3144 m.)
Do cume podemos observar a sul o vale de Ordesa, a este o circulo de Garnavie e o maciço de Marboré e Monte Perdido, a norte temos o Glaciar do Midi d’Ossue e o Vignemale enquanto que a oeste temos os Gabietos e o vale de Otal.
A descida faz-se pelo mesmo percurso tendo só especial atenção na descida do glaciar caso estejamos sem crampons.