SERRA PENEDA [GR Travessia Serra da Peneda e Soajo]
Este é o maior percurso existente, depois do GR 50 com os seus 200 kms, dentro da área do parque apesar de uma parte seguir fora dos seus limites.
De forma bastante natural liga varias locais sendo talvez um dos melhores percursos dentro da área do parque.
Apesar de no folheto de divulgação ser sugerido fazê-lo em quatro dias é perfeitamente possível fazê-lo em três. E de todo aconselhável em total autonomia.
O inicio oficial é na porta do Mezio. No entanto não é aconselhável de todo em sair de lá. Ao deixar o carro três dias num local tão isolado podemos sujeitar-nos a ter uma surpresa desagradável quando regressarmos. Não se percebe porque esta opção por parte de quem marcou o percurso para além de uma decisão “política”. A melhor solução será iniciar no Soajo onde há várias opções para estacionar os carros. Por outro lado esta escolha até se ajusta melhor na quilometragem diária para os três dias.
Apesar de não estar todo bem marcado (em Junho 2019) uma grande parte dos seus 77 kms encontra-se em muito bom estado. Especialmente a parte mais próxima das povoações.
DIA 1
Seguindo a opção de inicio no Soajo iniciamos junto ao cruzamento com a estrada que segue para o Lindoso. Cruzamos a estrada para continuar por o caminho que nos liga a Vilar de Soente. Aqui subimos até à estrada, que atravessamos, para do lado contrário seguirmos uma zona onde é necessário alguma atenção pois as marcas podem causar alguma confusão. Após passarmos por trás do centro hípico, cruzamos algumas aéreas vedadas ao gado, fruto do projecto de reflorestação que se encontra em desenvolvimento, para alcançarmos a Porta do Mezio.
A ligação este local e Bouças Donas sofreu algumas alterações desde a marcação do traçado original e obriga alguma atenção. O caminho continua por Bostelinhos e sobe para a serra passando por Couto dos Bicos. Acima deste local as marcações são algo escassas e é necessária atenção especialmente em tempo com nevoeiro. Continuamos até à Branda de Bostejões onde desviamos para visitar o Fojo da Cabrita descendo a seguir pela cumeada até aos caminhos de Avelar.
Desta povoação descemos abruptamente ao rio Ramiscal para de seguida enfrentar a empinada subida até Lordelo. Mal saímos da povoação entramos num caminho paralelo à estrada e que nos deixa na Chã do Couço. Neste local, e procurando o caminho, iniciamos a longa descida até à bonita e simpática aldeia de Sistelo, agora demasiado procurada… Aqui, e simpatia dos habitantes locais, podemos montar tenda nos prados que descem para o rio Vez.
DIA 2
No dia seguinte atravessamos o rio duas vezes para de seguida iniciarmos a subida ao longo do vale talvez para a parte mais bonita do percurso. No inicio pelos campos que originaram o nome de “Tibete português” e mais para a frente pelas zonas de bosque desta parte da serra da Peneda mais solitária e menos massificada.
Passamos pela Branda do Furado para entrar na parte em pior estado do percurso. Desta branda, e até o estradão que atravessa a serra da Peneda junto à Chã da Pela, não existem praticamente marcas nenhumas e por vezes o caminho está tão coberto de mato que é necessário adivinhar a passagem.
No estradão viramos para a sua esquerda e contornamos todo o cimo do vale do rio Vez até ao desvio que desce para a Branda das Bosgalinhas e a seguir S. Bento do Cando onde podemos hidratar num dos pequenos cafés existentes. Daqui continuamos a descer até ao rio Pomba para iniciarmos a subida para a lagoa /barragem da Penameda, onde “poderemos” bivacar, ou descermos à aldeia da Peneda onde encontramos vários alojamentos (aconselhado marcar com antecedência).
DIA 3
A última etapa é a mais “suave” mas a que no final nos poderá parecer não querer terminar. Saímos da Peneda para descer todo o seu vale até à subida para Tibo. O caminho é evidente e bem marcado. De Tibo voltamos a acompanhar o rio da Peneda mas agora de uma perspectiva mais alta até à Mistura de Águas, local onde se junta com o rio Castro Laboreiro, e inicia o lençol de água da barragem do Lindoso.
Continuamos na sua margem até Várzea para iniciarmos os longos sete quilómetros de estrada (antigamente um agradável caminho de terra) até ao paredão da barragem. Não o atravessamos e subimos, primeiro pela estrada de alcatrão, e a seguir pelo estradão de terra batida até Paradela. Aqui também há necessidade de fazer um desvio ao caminho original pois este encontra-se coberto de mato fruto dos incêndios de há uns anos. Continuamos por caminhos por vezes algo cobertos por troncos e ramos caídos até próximo de Cunhas onde atravessamos a estrada para os caminhos mais agrícolas da parte inferior.
Mesmo antes de chegarmos ao Soajo descemos ao rio Adrão e ao seu encaixado vale, que nos dá um ambiente
completamente diferente de qualquer parte do percurso que fizemos até agora. Resta-nos subir até ao centro da vila do Soajo e encontrar o local onde iniciamos.
AGUA: apesar de existirem povoações por todo o percurso onde encontraremos agua potável, é de todo aconselhável levar outra forma de obtermos agua bebível como seja um filtro ou pastilhas de tratamento. Especialmente se fizermos este percurso em altura em que as temperaturas possam ser mais altas.