MAMPODRE [super integral]
Há uns anos atrás já tínhamos efectuado a Integral de Mampodre durante o inverno. Desta vez o objectivo foi a volta maior da Super Integral de Mampodre, que soma à primeira, mais alguns dos cumes mais altos do maciço.
Tal como a anterior é um excelente percurso, que aumenta também de dureza devido ao muito desnível acumulado.
Em termos de dificuldade técnica é semelhante à Integral, com alguns passes de IIIº ao longo do seu percurso. No entanto encontramos mais zonas aéreas e expostas, em especial na parte entre o Cervunal e a zona dos rappeis, e na zona Crestón delos Cubos.
Esta volta é possível de realizar num único dia mas como a realizamos no final da época invernal, e íamos carregados com todo o material de neve, nós optamos por efectuar em dois dias com um bivaque a meio.
PERCURSO
O percurso inicia em Maraña e percorre a mesmo percurso da Integral até à Polinosa através do Colo de Valverde. Do seu cimo continuamos a aresta para sul para descermos pela via normal até ao Collado de Cervunal. Daqui seguimos em frente subindo um pouco em direcção ao Cervunal, mas sem subirmos ao seu cume. Quando chegamos à mesma altura do colo antes de Peña de La Cruz atravessamos a meia encosta na sua direcção passando na base do Pico del Covento também sem o subir (trataremos disso no regresso).
Subimos ao cume da Peña de La Cruz procurando o caminho no caos de blocos (podemos deixar as mochilas a seguir ao colo de acesso ao ao Pico del Convento). Do cimo da Peña de La Cruz descemos em direcção a Maraña de forma a contornar sobre a nossa direita o colo que dá acesso ao cume de La Uve.
Regressamos pelo mesmo caminho para agora ascendermos ao Pico Del Convento por uma aresta e descendo pela contrária. O Pico del Convento não é o que encontramos logo no cimo da aresta que subimos vindos de Peña de La Cruz. Temos que seguir para leste contornando uns blocos para o alcançar.
Novamente no colo antes do Cervunal descemos uns metros para em travessia quase horizontal para leste e alcançarmos o acesso ao pico Salamanquino e subirmos os últimos metros para o ascender.
Regressamos pelo mesmo caminho para agora subirmos facilmente ao Cervunal, ou Valcerrao como também encontraremos mencionado, para iniciar a descida para o colo seguinte.
Face ao nosso horário tardio, e à possibilidade de a noite nos apanhar a meio da cresta seguinte, optamos por ficar no colo abaixo do Cervunal onde a neve (devidamente filtrada) nos abasteceu da água que necessitávamos.
No dia seguinte continuamos pela cresta que nos liga a La Graya. Em grande parte desta parte do percurso seguiremos sobre o lado esquerdo da aresta evitando as zonas mais verticais.
A aresta alarga um pouco na zona de La Graya para logo a seguir voltar a tornar-se mais estreita. Aqui, e num colo que nos permite passar para o lado direito da aresta, encontramos os rappeis / corda de apoio à descida (em Março 2024 a corda encontrava-se em bom estado). Trata-se de uma corda com uma reunião a meio que divide a descida em duas partes. Se viermos pesados, como nós vínhamos, é aconselhável rapelar em vez de descer apoiado na corda. Especialmente na segunda parte o terreno torna-se bastante vertical. Se rapelarmos uma corda de 50 metros dobrada chega perfeitamente.
Depois do rappel uma zona mais ampla dá-nos acesso ao cimo de Peña Bustil seguido pelos seus cimos acessórios.
A partir daqui teremos a primeira grande descida até ao fundo do vale do ribeiro de Reguero de Murias, único local onde podemos encontrar água em todo o percurso. Aqui será o local ideal para bivacar caso se faça a volta em dois dias. Isto, claro, fora da altura em que a neve nos pode ajudar com o tema da água.
Como não há descida sem subida, desde o fundo do vale temos a grande subida para nos colocar novamente na aresta. Saímos mais ou menos pela rampa do lado contrario por onde descemos até chegarmos à zona da aresta. Seguimos esta até ao cume do Pico Azahara o Peña Mediana e na sua continuação chegamos a Peña Brava. Aqui o terreno é simples e rápido o que nos permite ganhar algum tempo.
Deste ponto inicia uma nova parte de terreno mais técnico e aéreo: o Crestón de los Cubos. Contornamos inicialmente pela lateral esquerda para subir a um alto mais evidente pelo seu lado direito. No seu cimo encontramos uma zona mais plana e voltamos a contornar pela esquerda para subir por um dos canais que encontramos para atingir novamente a aresta. Seguimos por ela contornando zonas de blocos, ora por um lado quer por outro, até ao cimo mais alto do Creston. Aqui vamos contornar descendo por um canal à esquerda que dá a sensação que é mais cumprido do que é. Através deste canal regressamos à aresta à direita e seguimos por terreno menos complicado até ao cimo do Pico Mediodia.
O percurso torna-se mais simples e descemos a pendente para leste, seguindo a aresta chegamos ao último cume do percurso, o Pico Valjarto (não o alto que existe antes e que não tem a placa com o nome). Deste cimo não devemos cair na tentação de descer directamente para o vale em direcção a Maraña seguindo a Loma del Mampodre. Por aqui o terreno fácil no início torna-se rapidamente complicado que nos fará arrepender de seguida.
A melhor opção é seguir para leste descendo a rampa com tendência sobre a direita até um evidente colo. Neste viramos à esquerda seguindo a linha de água até uma zona mais plana onde seguimos um caminho a meia encosta novamente à nossa esquerda em direcção à aresta que desce do Valjarto. Ao chegarmos a umas majadas (prados) contornamos um evidente alto pela direita (aqui é preciso alguma atenção para nos perdermos nos diveros caminhos existentes) e seguimos para as zonas planas do Requero de Mampodre onde encontraremos uma estradão que leva até ao centro de Maraña.
Água – fora da época em que poderemos encontrar neve ao longo do percurso, não existe outro local onde nos abastecer-nos de água em toda a extensão a não ser em Maraña, na linha de água que desce o Arroyo de Valverde e no ribeiro de Reguero de Murias. Aconselhamos a usar filtro nas linhas de água devido ao gado que percorre os vales
Dormida – se efectuarmos num unico dia podemos dormir no Albergue de Maraña
Rocha – calcário de montanha algo mais fracturado na zona entre o Cervunal e os rappeis e antes de Peña Bustil
Previsão Meteorológica