MEADINHA [vias escaleras cielo+ Outsiders+ Queles+ Roy+ Meadinha+ S]
A fraga da Meadinha deverá ser a parede de Portugal mais emblemática em termos de escalada clássica. Só quem alguma vez escalou nesta parede pode entender a magia que a circunda. Situada na Serra da Peneda, em pleno parque Peneda Gerês, a quase totalidade das suas vias foram abertas por escaladores Galegos que em 1972 abriram a primeira via. A maior proximidade e rapidez de aproximação até ao final dos anos 90 fez com que fossem os nostros hermanos a descobrir e explorar a quase totalidade desta maravilhosa jóia da escalada em granito. Dito por um viajado escalador espanhol: talvez seja uma das melhor paredes de granito da península ibérica. Esta parede conta com algumas dezenas de vias: umas com corte mais clássico em que por vezes nem as reuniões estão equipadas, outras, as mais recentes (e felizmente menos), mais desportivas. De qualquer forma a escalada é essencialmente caracterizada por contínuos diedros, areias placas ou atléticas fissuras. Apesar de ser possível escalar todo o ano a melhor altura para escalar na Meadinha é a primavera ou o outono. No verão o calor poderá tornar sufocante a escalada e no inverno podem existir zonas húmidas durante bastante tempo.
Identificação vias
É uma das vias que se situam mais à esquerda da parede com uma aproximação mais facilitada. É uma via relativamente curta, de dois lances, com alguns passos atléticos.
Inicialmente o 1º lance percorria um diedro-fissura ao lado esquerdo da “Escaleras ao Cielo” que com o tempo foi deixando de se usar. Neste momento é impraticável pela vegetação acumulada.
O habitual é fazer o 1º lance da “Escaleras ao Cielo” e na 1ª reunião, que é comum às duas vias, sair para a esquerda para o 2º lance.
Este lance segue uma fissura, por vezes quase cega, com alguns passos mais duros no meio, que não são obrigatórios, podem passa-los em A0. No final da fissura está a reunião montada na esquina de um grande bloco característico. É possível rapelar a via toda.
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Esta via situa-se na parede da Meadinha junto ao Santuário da Sra. da Peneda. É uma das vias mais procuradas desta parede. Já a fizemos várias vezes.
A via tem inicio com uma travessia de um pequeno patamar para uma fissura. A zona mais dura deste lance é a passagem acima de um parabolt para alcançar a 1ª reunião.
Desta sai-se para a direita passando um passo mais duro (6a+/A0) para alcançar um dulfer continuo de V+. A reunião original é por baixo do tecto mas neste momento existe outra. Esta é nova e com material mais recente e está no fim do dulfer, antes de iniciar os passos de artificial para o tecto. O tecto propriamente dito é sobre pitonisas (pitões pequenos e finos) até alcançar a ponta onde volta ser necessário o uso de material para, usando uma fissura cega por cima do tecto, passar para cima deste.
O ultimo lance tem inicio com uma travessia para a esquerda (6b/A1) para alcançar umas fissuras verticais até à ultima reunião.
Para sair da via pode-se rapelar ou subir até cimo da Meadinha e contemplar a belíssima paisagem do cimo. Dai a saida faz-se pela parte de trás (usando uma ponte de rocha e umas escaladas de pedra) para contornar a parte maciça de rocha até alcançar o caminho que desce da barragem.
É uma bonita via para se tomar contacto com a típica escalada da Meadinha.
Esta é a via mais longa desta parede até ao momento. No seu segundo lance tem um grande e espectacular pêndulo de cerca de 10m. que liga esta via com a reunião da via do “S”.
Escalei esta via em duas vezes. A primeira só conseguimos chegar até à 3ª reunião dado que no primeiro dia tivemos que reequipar parcialmente a parte de artificial do 2º lance que uns vândalos e o passar do tempo tornaram impossível de usar. No 2º dia a chuva não nos deixou escalar acabar. Da 2º vez já a conseguimos faze-la toda. Para quem gostar de artificial é uma via bastante interessante especialmente no seu penúltimo lance, um dos mais aéreos da Peneda.
1º lance- começa numa fissura muito suja que escalamos só da primeira vez. É muito mais interessante e limpo escalar o primeiro lance da Come-Cocos já que a 1ª reunião é comum.
2º lance- continua pela fissura que vem do diedro sujo do 1º lance (agora muito mais limpo) para alcançar a placa que se escala em artificial e quer termina no grande pêndulo que dá acesso à 2ª reunião. Este lance era inicialmente um A2 por se usar um grande cristal, que partiu, onde se passava um cordino.
3º lance- inicia pelo 3º lance do “S” até ao tecto para sair à direita e atingir um muro vertical. A melhor forma de o fazer esta passagem para direita será fazer outro pêndulo já que este bocado é a descer e está muito sujo. Depois de passar este muro chega-se à parte inferior de um pequeno tecto que temos passar para chegar à 3ª reunião. A reunião original era por baixo deste tecto mas a existencia de uma reunião equipada pelos espanhois por cima deixa de fazer sentido.
4º lance- daqui escala-se o lance mais difícil de artificial (um ou dois plomos e pitões planos poderão dar jeito) para chegar à reunião mais aérea da Peneda, e que é comum com a via “Meadinha”.
5º lance- sair desta reunião com algum cuidado já que não pontos por cima da reunião e uma queda será directamente sobre esta. Mas com dois ou três passos de placa chegamos ao fim das dificuldades.
Sem duvida uma das vias míticas que dá fama e simbolismo à Fraga da Meadinha. É uma via com alguns dos lances mais bonitos desta parede e, se for toda forçada em livre, é uma via bastante forte. Esta via contorna no seu 2º lance uma característica laje em S e continua, de forma directa, para passar pelos diedros e fissuras superiores. Aberta com muitas passagens em artificial hoje em dia pode ser escalada em livre na sua totalidade, no entanto o grau aumenta consideravelmente.
O habitual é escalar em artificial a saída do “S” e o muro por cima da 3º reunião, se formos por pela via original. Na saída do “S” está equipada para se forçar em livre mas para passar em artificial é difícil chegar de ponto a ponto. Para esta parte aconselho a levar 2/3 microfriends. Para quem seguir pela variante da via “Treboada” terá que escalar um dulfer com um rebordo arredondado que de meio para cima é difícil de proteger. Talvez a melhor solução seja colocar dois bons friends a meio e seguir sem parar até ao cimo compensando a pouca protecção com a rapidez de fazer este bocado.
O 2º e 3º lance foram recentemente reequipados para poderem ser escalados em livre. Para quem quiser passar em artificial necessitará de pequenos entaladores ou friends para passar no final da ponta do S. Habitualmente os escaladores fazem os 1º, 2º e 3º lances do “S” mas saiem pelo bonito e aereo diedro do ultimo lance da via “Treboada”. As reuniões estão equipadas se seguirmos pela via original.
1º lance- inicia num caracteristico diedro para seguir uma serie de fissuras até atingir a 1ª reunião.
2º lance- aí é seguir o diedro formado pela laje (5+) em S (não pela linha equipada na placa!) para, seguindo sempre (6c (6a/A1)) atingir as fissuras superiores (4+) e a 2ª reunião.
3º lance- pelo evidente diedro (5+) até um pequeno tecto, que se contorna pela esq.(6a), para atingir a reunião no muro do lado direito.
4º lance- daqui podemos optar pela variante de seguir a via “Treboada”(5+) ou escalar a placa por cima da 3ª reunião e seguir pela chamine a seguir (6b(A1)).
Para quem olhar para os croquis das vias da Fraga da Meadinha vai achar que a via com o mesmo nome será a mais fácil (no máximo 5º e na sua maioria 4/4+). Efectivamente em termos de dificuldade é a mais fácil. Mas só para quem estiver habituado a percorrer chaminés e fissuras, onde por vezes é difícil ou impossível de proteger, e onde os pontos se distanciam por vezes vários metros. Para quem não gostar da sensação esta não é a via a escolher.
A via “Meadinha” é uma via longa com alguns passos de artificial simples, e neste momento, com a maioria das reuniões equipadas.
1ºlance- percorre uma grande chaminé-fissura à esquerda da entrada para a via do “S”. Ao fim de 40 metros está montada uma reunião na placa do lado esquerdo.
2ºlance- continua a mesma fissura até atingir uma grande ponte de rocha altura em que se passa para um muro fissurado à esquerda que se passa até atingir a 2ª reunião.
3ºlance- segue-se uma serie de grandes socalcos para atingir a base de um grande tecto com uma fissura horizontal para ai montar a 3ª reunião.
4ºlance- é seguir essa fissura para passar para cima do tecto. Nesta passagem é conveniente o primeiro cordada ter cuidado com a forma passar as cordas nos pontos de forma a não ficar com elas presas antes de atingir o melhor sitio para montar a 4ª reunião. Desta já se avistam os pontos do próximo lance.
5ºlance- subir em direcção a uma sequencia de pontos que existe por cima da 4ª reunião. Segui-los em artificial até alcançar a 5ª reunião, a mais aérea da parede e comum com a via “Roy”.
6ºlance- sair desta reunião com algum cuidado já que não pontos por cima da reunião e uma queda será directamente sobre esta. Mas com dois ou três passos atingiremos o cimo da via.
Esta é uma das poucas vias abertas por portugueses na Meadinha. Situada mais à direita da parede é caracterizada por alguns lances expostos e de dificuldade obrigatória, bem diferentes das vias situadas no outro extremo. Esta via foi aberta em Maio/87 e conta com muito poucas repetições. O equipamento tem neste momento (2006) 19 anos de exposição às condições características desta zona pelo devemos contar que na sua maioria não estará nas melhores condições. Eu repeti esta via em Junho’92 e o algum equipamento já estava degradado nessa altura.
1º lance- começa num grande diedro onde a meio existe uma arvore. No cimo desta o lance segue em chaminé larga até à R1 sem possibilidade de proteger.
2º lance- segue por um diedro até ele se transformar em tecto e através de uma curiosa passagem em forma de túnel para a esq. passamos para cima deste e montamos a R2.
3º lance- sobe pela placa em frente à reunião para chegar a um pequeno tecto equipado que se passa em artificial e montar a R3 por cima. Este lance da placa pode evitar escalando a fissura existente à dta da mesma e que vai até ao tecto equipado.
4º lance- segue uma sequência de lombas para montarmos a R4 por baixo do tecto final.
5º lance- começa por passar este tecto através de uma fissura para alcançar as placas superiores onde se encontram as maiores dificuldades da via. Estas placas tem o mesmo problema de equipamento bastante degradado. Existe uma forma de evitar este lance escalando à dta da R4 (4+/5) para atingir o cimo de um característico bloco chamado da “cabeça do macaco”, onde se monta reunião, e daí escalar as placas superiores com uma dificuldade mais baixa (4+/5).
INFORMAÇÃO: Antes de mais a melhor informação que podem obter sobre a Meadinha está no site meadinha.com. Realizado pelos nuestros vizinhos da Galiza é dedicado exclusivamente a esta parede é extremamente completo. Existem também alguma vias novas abertas pelo Paulo Roxo que podem ser consultadas em rppd.blogspot.com.
Aproximação: Não há que enganar. Será só seguir o caminho bem marcado que sai junto ao queima-velas existente nas traseiras do santuário. Depois, e consoante a via que escolhamos, devemos sair deste para alcançar a base. Nas vias existentes de meio da parede para o lado esq. teremos que nos chegar à base e depois percorre-la até chegar à via pretendida.
Descida: Depois de atingir o cimo da parede caminhar em direcção à barragem para atingir o caminho que segue para ela desde o santuário.