NARANJO DE BULNES [Via Victor]
Esta foi a primeira via aberta na face sul do Picu tendo sido realizada pelo guia Victor Martinez. Não se conhece a data exacta da primeira ascensão mas sabe-se que ele subiu pela primeira vez com um cliente em 18 Agosto de 1924.
Tal como muitos escaladores, foi através desta via que subi pela primeira vez ao Naranjo. É uma via acessível mas como parte das suas reuniões coincide com os rappeis de descida, é uma via algo exposta à queda de pedras, soltas pelas pessoas que descem pelo anfiteatro e pelo recuperar das cordas.
A via
Começa por baixo de um pequeno tecto de cor amarela, um pouco à esquerda do centro da parede e da linha de rappeis. Depois de chegar ao tecto continuamos com tendência para a direita, através de uma zona mais compacta, para alcançar uma fissura-diedro formada por lage característica. Daqui só temos que subir mais um lance por uma parte com “canalizos” (sulcos formados na rocha pelo passar da àgua) para atingir a ultima reunião equipada. A partir desta reunião só temos que trepar pelo anfiteatro até alcançar a aresta que une os dois cimos. Esta zona é fácil para quem está habituado a terreno acessível. Para aqueles com mais dificuldade, e que subam a fazer lances, aqui é melhor que eles não sejam muito grandes. O arrastar da corda solta pedras que podem atingir o nosso cordada ou as pessoas que se encontram abaixo.
Depois de chegar à aresta o terreno é ainda mais fácil e é um pulinho até ao cimo.
Na descida, e se houver bastante gente nos rappeis, aconselho a a aguardar e ser dos últimos. Aqui vamos encontrar todo o tipo de pessoas e nem todas são cuidadosas em não soltar pedras. Eu já tive que aguentar uma “chuva” destes objectos de um grupo grande, cheio de pressa em chegar ao chão, mas com pouco respeito e cuidado com os outros.
Acesso – Da povoação de Arenas de Cabrales saimos de carro em direcção a Ponte de Poncebos e depois a Sotres. Pouco antes de chegarmos a Sotres, numa marcada curva para a esquerda, saímos em direcção a sul através de um estradão. Umas dezenas metros à frente encontramos as Invernales de Texu para onde desviamos e, atravessando o ribeiro, seguimos para o Colado de Pandebano através de uma inclinada subida inicial. No final do estradão encontramos um pequeno parque para estacionar. Nos meses de verão poderá ser difícil alcançar este parque e teremos que deixar o automóvel bem antes de o alcançar. Daqui subiremos em direcção ao colado propriamente dito e depois, seguindo sobre a encosta da esquerda, alcançar a zona de Terenosa. Esta primeira parte será a zona onde, com nevoeiro e mau tempo, nos podemos despistar com mais facilidade. De Terenosa, onde também podemos encontrar um refugio, o caminho não tem que enganar e está bem marcado. Contar com umas três horas de subida desde onde deixamos o carro.
Dormir – podemos bivacar ou acampar próximo do refugio do Naranjo ou então no próprio refugio. Nos meses de Julho e Agosto poderá ser difícil encontrar vagas.