PEÑA LOS LLANOS [feriona del pilar V+/6a | 420m]
Esta via percorre as placas de Peña Los Llanos, parede por cima da barragem de Barrios de Luna, e bem identificável quando seguimos pela autoestrada que liga León a Oviedo.
Nesta parede encontramos algumas vias equipadas e outras semi-equipadas, mas em ambos os casos o distanciamento entre os pontos é tónica comum. O mesmo se passa com o tipo de escalada. Aqui prevalece a escalada de placas em quase todas as vias. Será esse tipo de escalada que encontraremos na Feriona del Pilar. Lances para disfrutar muito mas com pontos que não nos deixam baixar a atenção, pelo que convém ir à vontade no grau.
Até ao esporão que encontramos após a travessia de transição, todas as reuniões estão equipadas com argolas que permitem rapelar (apesar de nos parecer que só é pratico nos primeiros 4 lances). Ao longo dos lances encontramos pontos colocados essencialmente nas placas de aderência e locais onde não é possível proteger convenientemente de outra forma. Quase sempre é possível reforçar os lances com entaladores, apesar de em algumas placas ser bem mais difícil. De qualquer forma, e apesar do equipamento, é uma via que convém não menosprezar. Estamos em ambiente de montanha, por vezes passos delicados, e que às vezes são algo expostos, uma descida longa, e nem sempre evidente, que caso fique coberta com nevoeiro ou nuvens por levar a erros e a zonas perigosas.
APROXIMAÇÃO
O acesso é outra questão interessante desta parede. Para chegar ao sector mais afastado estamos a falar de cerca de 30/40 minutos em velocidade relaxada. Para esta via demoramos uns 20 a 30 minutos até à base desde que deixamos o carro na zona de parque.
Para chegar a esta, e logo que saímos da autoestrada, viramos à esquerda em direcção a Caldas de Luna. Logo a seguir a passarmos por cima da barragem encontramos nova indicação para Caldas e voltamos a virar à esquerda. Seguimos a estrada por cerca de mais 1 km até encontrarmos uma curva com estacionamento dos dois lados.
Daqui seguimos por um caminho que passa por uns edifícios para depois continuar em diagonal em direcção a uma evidente agulha de rocha que limita do lado direito o sector “Clasico”. Para localizarmos o primeiro lance e a entrada devemos procurar o evidente estreitamento onde se encontra a primeira reunião. O primeiro lance é a placa situada abaixo desse estreitamento à esquerda. Ao longo de toda ela se pode ver as marcas dos blocos que caiem arrastadas pelas chuvas através do “canal” formado por este estreitamento. Essa “escovagem” também se nota na qualidade e polimento da rocha deste lance. As placas são as mais polidas de toda a via o que nos dá logo um bom primeiro impacto e aquecimento nos gémeos.
NA VIA
Lance 1 – 55m – começamos numas acessíveis placas de aderência protegidas por parabolts. Continuamos com tendência para a direita atravessando umas mantidas placas de V+. Antes de atravessarmos o estreitamento encontramos novo passo mais duro que ultrapassa uma pança. Uns cinco a sete metros acima do passo encontramos à direita a reunião com duas argolas.
Lance 2 – 55m – o segundo lance arranca na placa em frente à reunião (parabolts) com uns passos fáceis (atenção que existe uma linha de parabolts de outra via mais à direita) para a seguir continuar com tendência para a esquerda passando umas placas de aderência intervaladas por zonas fáceis. Uns metros antes da reunião (duas argolas) encontramos o passo mais difícil do lance.
Lance 3 – 55m – o próximo lance entra na grande placa dos 3º e 4º lances que caracterizam esta via. Iniciamos na vertical da reunião para ao fim de uns 20 metros seguirmos com uma tendência para a esquerda em direcção à reunião suspensa, um pouco incomoda, a meio da placa junto a um grande canalizo (uma argola e uma chapa).
Lance 4 – 55m – continuamos pela placa mantendo a tónica do lance anterior. Começamos por uma zona sem equipamento seguida por placas com parabolts que nos levam para um ressalte em forma de diedro. Aqui encontramos alguns passos mais fortes, mas com boas presas, protegidos por um parabolt. Parece-nos mais acessível arrancar mais junto ao canto do diedro para depois ir proteger no ponto. Depois desta passagem o terreno é fácil e encontramos uns metros acima a reunião equipada junto a umas árvores.
Lance 5 – 60m – este é o lance de travessia e que liga a parte inferior com o esporão da zona superior. Atravessamos para a esquerda em direcção a uma zona mais baixa do esporão mais ou menos na horizontal de onde estamos. Junto ao esporão encontramos um par de parabolts que nos indicam o caminho, sendo que o mais baixo é bem visível desde a reunião onde estamos. Continuamos a linha do esporão até à reunião (uma chapa) antes de uma placa.
Lance 6 – 60m – seguimos em frente em direcção a um novo ressalte através de uma placa inicial não complicada, mas exposta e sem protecção a não ser um buraco logo no inicio. Na ponta do ressalte, mais acessível que o anterior e com aspecto bem mais descomposto, encontramos o primeiro ponto. Após passarmos o ressalte continuamos pelo terreno mais caótico da aresta até à reunião com uma chapa.
Lance 7 – 60m – Seguir pela aresta por terreno fácil até à reunião seguinte onde encontramos um ponto.
Lance 8 – 40m – aqui temos duas opções. Seguir a aresta por um terreno mais acessível que percorre uma fissura e depois terreno mais descomposto da aresta. Esta é a versão original e sem qualquer equipamento. A segunda hipótese é a placa que encontramos à direita da reunião. Esta opção é mais dura (V+/6a) mantendo o que encontramos nos lances anteriores: placas com passos delicados e espaçamento entre os pontos.
DESCIDA
Existem várias formas de descer. Uma é rapelar, o que desaconselhamos vivamente. A outra opção é subir ao cume de Peña los Llanos e continuar pela cumeada para Leste até a um colo largo. Aqui descemos em direcção a sul para alcançar os caminhos do gado que seguem ao longo do vale onde se situam as paredes até ao estacionamento. Esta versão é longa mas a mais segura. O que optamos foi descer a versão mais curta mas também mais exposta. Da última reunião atravessamos na horizontal até uma zona que parece uma grande “bacia” em forma de funil cujo lado direito temos um pequeno muro. Não existe caminho marcado nem marcas até pelo menos à zona até à zona em que estreita pelo que temos que seguir as viras de terra e blocos que nos vão permitindo descer com uma tendência sobre a direita e em direcção ao muro mencionado. Próximo deste começamos a encontrar algumas mariolas que nos indicam o caminho. Temos que atravessar para a esquerda para seguir umas virar de rocha que nos vão permitindo descer até alcançar a base do sector Canalizos. A partir encontramos uns caminhos mais marcados que nos levam de regresso ao estacionamento.
Água – não existe água próximo das paredes. O melhor é procurarmos em Caldas de Luna a possibilidade de abastecer.
Dormida – em Caldas de Luna temos vários alojamentos (por exemplo o Alojamiento Caldas de Luna que recomendamos). Teremos é de ter em conta que fora da época mais alta podem estar fechados, pelo que é aconselhável ligar a confirmar.
Rocha – calcário algo polido no primeiro lance mas de muito melhor qualidade e aderência a partir desse lance.
Previsão Meteorológica