PEÑA UBIÑA [gli-gli III/3- | 450m]


      

A via Gli-Gli é uma das várias que percorrem a face noroeste de Peña Ubiña. Um pouco mais difícil do que a “super” percorrida “Elixir de la Suerte“, onde é por vezes confundida nos lances iniciais.

Em comparação com a “Elixir”, onde encontramos mais rampas de neve, a Gli-Gli tem mais ressaltes verticais que, quando estão secos, se tornam técnicamente mais difíceis e complicados de proteger.

 

 

APROXIMAÇÃO


A aproximação inicia-se em Torrebarrio, local onde podemos deixar o carro na praça principal (atenção onde estacionam, se o carro ficar a incomodar eles puxam-no para o lado com o tractor!) e subir o estradão de terra batida que segue até à Collada de Llandanay, na base do esporão oeste. Daqui seguimos para a sua esquerda até chegarmos aos Llanos del Fontan, local onde existem bons lugares para montar a tenda e pernoitar. Só nos resta subir a lomba empinada que nos deixará perto da entrada da via. Antes de entramos no corredor encontramos uma destacada e evidente agulha. Esta agulha marca o inicio do corredor com o mesmo nome: Corredor da Aguja. Na base desta encontramos um óptimo local para nos equiparmos. Só temos que atravessar quase na horizontal para alcançarmos a base da linha do corredor.

 

 

NA VIA


Lance 1 – O primeiro lance é comum com a entrada da Elixir e inicia numa rampa de rocha da esquerda para direita. Por vezes, em períodos mais secos, este bocado está em rocha ou em coberto de verglass tornando um pouco mais complicado (IIIº/50º). Após alcançarmos o campo de neve (45º) seguimos sobre a direita em direcção a um bloco de rocha onde habitualmente encontramos uns pitões onde podemos montar a primeira reunião.

Lance 2 – Este lance é onde por vezes existe confusão com a “Elixir”. Enquanto que a “Elixir” segue a direito em direcção a um diedro de rocha, a Gli-Gli atravessa o campo de neve na diagonal sobre a esquerda em direcção a uma rampa semelhante à que encontramos no lance anterior. A base é fácil de identificar pois trata-se o local de escorrência da zona superior pelo que forma um cone junto à rocha. Quando à neve suficiente forma-se uma rampa continua de neve que liga as partes (50º). Quando a neve escasseia, e tal como o lance inferior, fica uma zona de rocha húmida por vezes coberta de gelo. Após passarmos este ressalte voltamos a coincidir com a “Elixir” numa rampa de neve por onde continuamos para montar reunião no limite da corda na zona de rocha do lado esquerdo.

 

Lance 3 – Segue-se um lance de rocha que pode variar imenso dependendo se está coberto de neve ou não. Continuamos a direito (40º) em direcção ao lado direito do grande bloco que vemos à nossa frente. Se seguíssemos sobre a esquerda dele entrávamos na travessia da “Elixir”. No lado direito deste, e antes do ressalte seguinte, montamos a próxima reunião com entaladores.

Lance 4 – Escalamos o ressalte que temos à nossa frente (65º) para de seguida continuarmos sobre a direita pelo campo de neve (50º) até a uma zona de blocos na base do ressalte seguinte. Boa reunião com cinta e material a reforçar.

Lance 5 – O próximo ressalte encontra-se sobre a esquerda da reunião. Se encontramos a via mais seca será uma escalada sobre um canal com rocha solta (III+º), que convém ter algum cuidado, e algo trabalhoso de proteger. Se houver neve será um ressalte com cerca de 75º. Por cima dele encontramos um pitão onde podemos montar reunião. Será um lance curto mas desta forma não teremos muito atrito no lance seguinte.

 

Lance 6 – Continuamos agora direita contornando a zona de rocha onde montamos reunião até passarmos a zona de blocos e encontrarmos uma grande pala de neve (50º). De forma a não termos muito atrito e conseguirmos comunicar, será melhor montar reunião logo a seguir ao ultimo bloco e ao entrar na pala. Reunião é sobre estacas, ancora ou similar.

Lance 7 – O próximo lance, se as condições o permitirem, será em grande parte de cordada em movimento. Subimos a rampa de neve, inicialmente com uns 50º mas que vai baixando até aos 40º, até encontrarmos um canal / ressalte (IIIº). Aqui podemos ter alguns blocos soltos que devemos ter cuidado. Depois de ultrapassado este ressalte estamos na aresta oeste. Se queremos ir ao cume só temos que a seguir.

 

DESCIDA


Quando alcançamos a aresta estamos no cimo do canal sul. A melhor forma de o descer será continuar ligeiramente sobre a encosta do lado direito do canal, para atingir um ligeiro colo, para a seguir girar à esquerda para o centro do canal. No final do canal continuamos pelo caminho que ladeia o esporão oeste até estarmos de novo no caminho de subida.

Info

Dormida Na zona encontramos várias opções. Como referencia temos o Refugio da Federação Galega e o Albergue El Rebezo em Torrebarrio, ou o hotel Valle San Emiliano.

Material – corda 60 metros, três/quatro friends médios até #2 da Black Diamond, jogo entaladores, 2 pitões de gelo e estaca ou ancora de neve segundo as condições, 6 expresses, cintas para alongamentos e uma estaca. Levar dois pitões de rocha tipo lamina pode ajudar a montar alguma reunião

Previsão Meteorológica