PEÑA UBIÑA [juego de lagrimas III/2 (60º/IV) | 300m]

A via “Juego de Lagrimas” é uma clássica relativamente “recente” em comparação com as restantes. É uma via curta, sem muitas complicações, que permite aproveitar um dia incerto (desde que se conheça a zona claro!) ou para disfrutar da actividade sem ter que enfrentar muita dificuldade. Isso não quer dizer que não haja risco. Foi precisamente neste corredor que uma pedra caída pelo arrastar da corda, e que acertou no joelho do parceiro que não teve a mínima hipótese de se desviar, e que nos transformou uma actividade rápida numa longa (e dolorosa para quem apanhou com o bloco) descida até Torrebarrio. Apesar de ser uma actividade “acessível” convém não esquecer que sair do carro, fazer a aproximação à cara noroeste, realizar a via e fazer toda a descida não propriamente a mesma coisa do que subir pela via normal pelo que alguma experiência em vias menos duras é de todo aconselhável.

Esta via é uma opção caso o Corredor da Aguja não esteja em condições na zona do ressalto, já que a entrada é comum.

APROXIMAÇÃO

A aproximação inicia-se em Torrebarrio, local onde podemos deixar o carro na praça principal (atenção onde estacionam, se o carro ficar a incomodar eles puxam-no para o lado com o tractor!) e subir o estradão de terra batida que segue até à Collada de Llandanay, na base do esporão oeste. Daqui seguimos para a sua esquerda até chegarmos aos Llanos del Fontan, local onde existem bons lugares para montar a tenda e pernoitar. Só nos resta subir a lomba empinada que nos deixará perto da entrada da via. Antes de entramos no corredor encontramos uma destacada e evidente agulha. Esta agulha marca o início do corredor com o mesmo nome: Corredor da Aguja. Na base desta encontramos um óptimo local para nos equiparmos. Depois de entrarmos no corredor da Aguja ele estreita e encontramos dois canais. O Corredor da Aguja à direita e o Juego de Lágrimas à esquerda. Será por esse que seguimos.

NA VIA

Lance 1 – quando entramos no corredor este estreita e fica mais inclinado (50º) podendo-se apresentar num ressalte com gelo. Um pouco mais acima ele curva totalmente à esquerda e encontramos um pequeno ressalte de misto. Podemos montar a reunião antes do corredor fazer a curva (habitualmente montada e um pouco mais protegida dos blocos que possam cair) ou mesmo antes do ressalte.

Lance 2 – continuamos pelo ressalte (IV/IV+). Se está seco teremos de ter cuidado pois vamos encontrar muitos blocos soltos e a subida obriga-nos a posturas por vezes incomodas. Se há neve eles habitualmente ficam cobertos e com cerca de 65º.  A seguir a este ressalte o corredor perde inclinação e fica com uns 50º, que vão subindo de inclinação até, consoante as condições, podermos encontrar até uns 60/70º. Montaremos a reunião logo no cimo do corredor onde existe um parabolt com argola. Em anos mais seco é necessário ter atenção para que a corda não arraste blocos para o interior do corredor pois quem vem a subir não tem a mínima hipótese de se desviar deles.

Lance 3 – subimos agora com uma tendência para a direita (Não seguir em frente!) de forma a passarmos para o que parece ser o canal paralelo ao que estamos. Contornamos um bloco para a seguir continuar a direito. Nesta zona poderá existir um pequeno ressalte de gelo. No limite da corda montamos a reunião.

Lance 4 – a partir deste ponto, e segundo as condições da neve e a capacidade de cada um, podemos seguir pelas rampas de neve (45/50º) autonomamente ou em cordada em movimento, colocando pontos intermédios, até à aresta oeste.

DESCIDA

Quando alcançamos a aresta só necessitamos de subir umas dezenas de metros para estarmos no cimo do canal sul. A melhor forma de o descer será continuar ligeiramente sobre a encosta do lado direito do canal, para atingir um ligeiro colo, para a seguir girar à esquerda para o centro do canal. No final do canal continuamos pelo caminho que ladeia o esporão oeste até estarmos de novo no caminho de subida.