PICO MULHACEN [desde capileira]
O Mulhacen é o cume mais alto da Serra Nevada, em Espanha, e a montanha mais elevada da península ibérica com 3479 metros de altitude. A serra Nevada é um parque nacional e as vias normais ao Mulhacen são bastante fáceis e acessíveis, sendo a altitude o problema maior para quem for mais sensível.
Eu subi ao seu cimo pelo lado sul apoiando uma actividade organizada pelo núcleo jovem da APDP que teve como percurso a subida desde a povoação de Capileira. Devido à distância desde de Portugal ficamos nesta povoação a pernoitar após a viagem e antes de iniciarmos a subida propriamente dita.
A primeira parte da subida é através de uma estrada, seguida por um estradão, que liga Capileira ao Alto del Chorrillo. São 19 kms que se dispensam serem feitos pelo que existe uma ligação de camioneta organizada pelo parque. Do Alto del Chorrillo encontramos os restos de um estradão que neste momento se encontra desactivado e que continua em direcção ao Mulhacen. Este estradão em tempos era mantido e ia praticamente até ao cume. É dos dos pontos exemplos em que se desfez uma estrada no sentido de se melhorar a protecção ambiental e repor o espaço próximo ao que estava.
Como a excepção dos dias de mau tempo ao nevoeiro mais intenso o caminho é evidente e fácil de seguir. Depois de alcançar o cimo do Mulhacen II (3362 m.) voltamos a encontrar as marcas do antigo estradão que seguimos praticamente até ao cume (3479 m.).
Na descida aptamos por seguir um caminho em zig-zag que desce a face bem mais inclinada em direcção à Lagoa de La Caldera e ao seu refugio. No entanto não continuamos mesmo até à lagoa. Ao cruzar um estradão que vem sul desviamos na mesma direcção e seguimos para a linha de água que se identifica à direita. O caminho acompanha esta linha até aos 2500 m de altitude em que sai pela encosta da esquerda com o objectivo de alcançar o refugio de Poqueira mais ou menos na mesma cota. Nós, pelo tipo de grupo envolvido, optamos por passar a noite aqui e aproveitar as excelentes vistas que a posição deste refugio nos oferece.
No dia seguinte continuamos a descer em direcção o evidente Barranco de Poqueira e ao rio Mulhacen. O caminho passa ainda pelo curral de Pitres antes de descer para a zona bem marcada do barranco (1925 m). O percurso continua pela linha do rio para em determinada altura, quando o rio se torna mais estreito, sair pela encosta da direita para mais à frente descer para a Central Eléctrica de Poqueira (1525 m.).
A partir daqui o percurso segue a estrada que liga Capileira à central eléctrica e não tem que enganar. Quando estamos praticamente por cima de Capileira podemos cortar caminho por uma opção mais directa e que leva directamente ao centro.
Dormida – Em Capileira existe muita oferta de alojamentos pois é bastante procurada para ferias. Nós ficamos no Hotel Real de Poqueira. Tem bom aspecto, são muito acolhedores e fora da época alta os preço não são especialmente elevados. Na ascensão ficamos conhecido refugio de Poqueira onde encontramos tudo o necessário. Não sendo um refugio recente é bastante acolhedor.
Alimentação – enquanto estivemos em Capileira comemos em um dos muitos restaurantes existentes. Na actividade jantamos e tomamos pequeno almoço no refugio, que também nos forneceu o snack para o dia de descida. Não sendo nada de extraordinário é equilibrado para o preço.
Água – não existe agua durante a toda a subida do percurso e na descida só encontramos as linhas de agua de montanha que podem estar secas no mais avançado do verão. Junto ao refugio de Caldera encontramos os lagos mas ficam distantes da descida e não são agua potável. Voltamos a encontrar agua potável no refugio de Poqueira e na descida temos o rio mas sem ser aproveitável sem filtro. Convém fazer alguma gestão e prevenir, especialmente na descida final, pois nesta parte pode ser extremamente quente. Convém não esquecer que estamos no sul de Espanha e virados a sul…