MALADETA [aresta dos portillones]

GPS Descrição

A Aresta dos Portillones  tem o seu nome nos portillons, ou colos, por onde que passa, entre eles o Portillon Superior, local de passagem da via normal para o Aneto.

É uma aresta longa, cerca de 2,5 kms, através da qual podemos ascender a vários cumes de 3000 metros dos Pirenéus, para terminar no cimo do Pico da Maladeta.

Apesar de actualmente praticamente não encontrarmos neve na subida, ou na descida através do glaciar do Aneto, é aconselhável verificarmos as condições existentes, em especial no início do verão. É possível sair da aresta em quase em qualquer parte da parte inferior. Na parte superior, apesar de existirem menos possibilidades, também encontramos vários locais, quase todos na vertente do Glaciar da Maladeta. 

A aresta é, de uma forma geral, bastante desfeita. No entanto os passos mais fortes são de uma forma geral realizados em boa rocha. Podemos realizá-la num único dia (foi essa a opção que elegemos) desde que mantenhamos um bom horário e subamos no primeiro autocarro. Este parte desde Benasque e sobe até La Besurta parando em vários locais durante a subida. No ano em que subimos o primeiro era por volta das 5 horas da manhã.

Também é possível subir em automóvel até aos Llanos de Hospital, deixar o carro no parque de estacionamento e subir de autocarro. No período de verão não podemos subir mais a não ser a pé ou de autocarro. De La Besurta iniciamos a subida ao refúgio de La Reclusa (30/45 minutos). Se queremos iniciar mais tarde podemos pernoitar no refúgio e sair daqui para a aresta.

A partir do refúgio a subida para a aresta coincide na parte inicial com a ascensão ao Aneto pela via normal. Conforme subimos vamos acompanhando a aresta à nossa esquerda até desviar-nos directamente para ela por volta da altura dos 2500 metros em que nos dirigimos ao Falso Portillon (2640m). Neste podemos deixar as mochilas para subir ao Pico da Renclusa (2679m, 1h30). Nesta subida encontramos alguns passos de IIIº em algum diedro e fissuras que nos deixam próximo do cimo. Na descida é possível rappelar para evitar descer o último destrepe.

Voltamos às mochilas e seguimos agora a linha mais alta durante a qual a aresta é mais larga. Alguns passos de IIº e estamos no cimo do Portillon Inferior (2755m). Continuamos e a aresta volta a tornasse mais larga para logo a seguir estreitar e com bom ambiente do lado do glaciar do Aneto. Chegamos agora ao cimo do Pico do Portillon Superior (2908m, 2h30)e ao colo como mesmo nome, local de passagem habitual para a subida ao Aneto pela via normal.

Do seu cimo descemos ao colo destrepando pela direita da aresta. Daqui iniciamos a segunda parte da aresta subindo pelo fio da aresta (passo IIº), passamos pelo pluviómetro e continuamos pela ampla parte seguinte.

Conforme subimos a aresta fica mais definida, com blocos maiores e encontramos alguns passos de escalada fácil que através de uma chaminé estreita nos permite atingir a primeira das agulhas (3050m, 3h).

Depois desta a aresta volta a alargar um pouco até ao início da próxima agulha, o que nos permite avançar rápido, mas também fica mais descomposto. Nesta zona temos que realizar um contorno pela direita (glaciar da Maladeta) algo delicado onde temos que destrepar para voltar a subir. Antes da segunda agulha encontramos uma pequena brecha que precisamos de fazer um destrepe delicado ou rappelar. A seguir à brecha continuamos por uma pequena chaminé (IV), para voltarmos novamente à aresta e para encontrarmos uma chaminé descomposta logo seguidos por uma placa / diedro inclinado (III+º). No cimo desta já vemos a 2ª ponta (3248m, 4h) que identificados pela pedra em forma de chapéu no seu cimo. 

Podemos realizar um pequeno rappel para descer do seu cimo e continuar em direcção à 3ª agulha. O aspecto agora inspira-nos algo de respeito pela verticalidade e maior imponência.

No entanto a subida pela chaminé que encontramos pela sua frente á mais simples do que parece (III+) e rapidamente nos deixa próximo do cimo da 3ª agulha. Continuamos com trepes fáceis (IIº) até encontrar nova chaminé algo mais difícil (IIIº) que no seu cimo, eapós um contorno pela esquerda, já nos deixa ver o Pico Maladeta.

Mas antes ainda temos desubir à 4ª agulha seguindo a linha da aresta para de seguida, contornando ligeiramente pela esquerda, alcançar o cimo do Pico Maladeta (3308m, 6h).

As vistas são impressionantes durante todo o percurso e neste cimo continuam: Aneto, Maldito, Abadias, Posets, … os possíveis objectivos parecem não ter fim.

Para descer temos duas possibilidades. Continuar pela esquerda em direcção ao Pico Abadias e ao colo do Maldito ou virando à direita no cume do Maladeta e descendo pela sua via normal. A segunda opção obriga temos que passar a rimaya do Glaciar da Maladeta para depois descer próximo da subida para o Aneto pelo Portillon Superior. Na segunda seguimos a aresta que liga a Maladeta ao Pico Abadias para descer no colo do Maldito e seguir o percurso do Aneto passando pelo Portillon Superior. Nesta opção continuamos numa aresta, que sem ser complicada, obriga algum cuidado em especial na descida para a brecha antes do Abadia. No colo do Maldito descemos o que sobra do glaciar do Aneto (aqui podem ser bastante uteis os crampons), sofrendo depois um pouco na passagem do caos de grandes blocos onde à 20 anos se estendia o glaciar até ao Portillon Superior.

Nós optamos pela segunda hipótese, mas acabamos por descer num rappel, longo,aéreo e que já estava equipado com cintas, antes da descida para a brecha do Abadias. Talvez não a melhor opção para uma cordada que só leva uma corda…

Resta-nos fazer a descida até ao refúgio da La Reclusa e depois seguir para La Besurta onde apanhamos o apanhamos novamente o autocarro. Conforme mencionei anteriormente convém ter atenção ao horário pois se chegamos tarde a La Besurta, e perdemos o último autocarro, ainda nos resta fazer todos os quilómetros até Llanos de Hospital, caso deixemos lá o carro, ou então até Benasque, o que não parece um bom final para uma actividade tão agradável….

Tags: