PICU URRIELLU [pidal-canejo]


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A via Pidal, como habitualmente conhecida, foi a primeira via de escalada do Pico de Urriellu. É um exemplo de aventura quando tudo era desconhecido. Uma subida que na dificuldade de hoje ronda o V+ feito sem a colocação de qualquer ponto de segurança e, para mim mais extraordinário, descida a destrepar toda a via, com a excepção da passagem da Pança de Burro (onde estará a maior dificuldade da via), onde deixaram parte da corda entalada com um nó para dar apoio à descida.

Livro publicado por D.Pedro Pidal, com a descrição da subida em 1904, do qual tenho a sorte de ter uma reedição

Estamos a falar de 1904 e os protagonistas foram D. Pedro Pidal, como personagem impulsionador da escalada, e Gregório Pérez, como elemento que levou avante a ideia ao escalar descalço na frente da corda as llambrias e a marcada chaminé da face norte. D. Pedro Pidal foi impulsionador de uma serie de escaladas em Espanha é considerado o pai dos parques naturais neste país através da defesa da lei dos parques nacionais. Na sequência disso esteve envolvido na criação do primeiro parque que mais tarde deu original ao actual dos Picos da Europa (Parque Nacional en la Montaña de Covadonga em 22 de julho de 1918) e posteriormente o Parque Nacional de Ordesa e Monte Perdido.

 

Gregório Pérez era pastor nos Picos da Europa e natural de Caín, sendo conhecido pelo seu à-vontade com que se mexia pela abruptas picos deste maciço. Foi esse desembaraço que fez que D. Pedro Pidal o contratasse para “guiar” no seu projecto de escalada do Pico de Urriellu antes que algum estrangeiro coloca-se outra bandeira no cume virgem deste cimo.

Foi esta escalada que marcou o “nascimento” do montanhismo moderno em Espanha.

ACESSO

O acesso à base da via é desde o refúgio de Urriellu (descrição acesso ao refugio em https://montanhaescalada.com/naranjo-cepeda/) através do canal de La Celada. Ao chegarmos junto à base da face este – bem identificável através da característica lage do Y – seguimos perto da sua base até alcançar um ombro de rocha solta onde inicia a travessia para a chaminé norte.

 

VIA

O primeiro lance é uma travessia até encontrarmos uma evidente cova onde montaremos a primeira reunião.

No segundo lance saímos inicialmente à direita da reunião para de seguida subir pela placa denominada por Pidal e Canejo como llambrialina. Ao alcançar a parte superior cortamos sobre a direita até o local onde encontramos uma ponte rocha para montar reunião.

 

 

Segue-se uma travessia fácil sobre um terreno solto e aéreo sobre o canal de Celada até alcançar a primeira reunião sobre o ombro norte.

O lance seguinte continua a direito por umas llambrias até alcançar a base da chaminé norte.

Os próximos lances já seguem dentro da chaminé propriamente dita e não tem que enganar. No primeiro encontramos a famosa “Panza de Burro”, local onde o Canejo se colocou aos ombros de Pidal para conseguirem passar. No segundo a chaminé mantém-se vertical, mas temos boas presas para as mãos. Ao longo destes lances encontramos vários pitões que podemos usar.

 

 

Após esses os dois lances de chaminé o canal alarga e as dificuldades baixam até ser um simples trepe que, por um canal que vai tombando, chega à aresta que dá acesso ao cume.

Nesta zona é de todo preferível avançar sem corda (caso seja necessário usar encordamento curto) de forma a não arrastar as muitas pedras soltas existentes no anfiteatro.

 

 

DESCIDA

Para descer regressamos à saída da chaminé e destrepamos na zona central até encontrar a primeira reunião equipada. Os rappeis seguintes coincidem com as reuniões equipadas desta face. É obrigatório ter cordas de pelo menos 50 metros e não saltar rappeis se não temos a certeza se chegam. Já assisti a manobras bastante arriscadas só por ficarem a meio. São quatro rappeis de 50 metros ou três de 60 o que pode causar alguma confusão.

Na base da face sul é aconselhável estar o mais junto possível da parede ou afastar-nos bem de forma a evitar as pedras podem cair do anfiteatro. O intermédio é um risco. Também para recuperar as cordas do último rappel ajuda bastante afastarmo-nos da parede com a ponta e ir puxando de forma evitar o entalamento da corda ou as pedras soltas.

 

Info

Água Encontramos água no refúgio de Terenosa, uns 30 minutos de onde deixamos o carro, e depois no Refugio de Urriellu.

Dormida no Refugio de Urriellu (reservando com tempo dependo da época) ou em tenda em frente a este

Rocha calcário muito aderente fruto da influencia da neve e gelo durante o inverno

Material – jogo de friends até ao #3 da Black Diamond, jogo de entaladores, cintas largas para estender pontos, cordas duplas de no minimo 50 metros

 

 

NARANJO DE BULNES [via paso horizontal]

A via do Paso Horizontal foi a quarta via a ser aberta no Naranjo de Bulnes, depois da Canejo-Pidal, da Schulze e da Victor. Sendo o segundo percurso aberto na cara sul tem talvez um dos lances mais bonitos desta face.

Picos da Europa [naranjo de bulnes – via cepeda]

A via Cepeda é de certeza a via de escalada mais clássica da face este. Os três primeiros lances (max.IV) são comuns com a via Schulze até alcançar o cimo do enorme bloco de rocha em forma a de Y. Daqui seguimos pelos que poderão ser os lances mais bonitos da via. Depois de passar por uma zona de placa e encontramos um diedro sobre a esquerda no cimo dos quais encontramos uma grande terraça (dois lances max. V). Seguimos com tendência para esquerda sobre outra terraça. No cimo da segunda encontramos um nicho e, seguindo uns diedros, subimos até encontrar um sub-prumo que parece bloquear a continuação (três lances max. IV).

NARANJO DE BULNES [Via Victor]

Esta foi a primeira via aberta na face sul do Picu tendo sido realizada pelo guia Victor Martinez. Não se conhece a data exacta da primeira ascensão mas sabe-se que ele subiu pela primeira vez com um cliente em 18 Agosto de 1924.

Tal como muitos escaladores, foi através desta via que subi pela primeira vez ao Naranjo. É uma via acessível mas como parte das suas reuniões coincide com os rappeis de descida, é uma via algo exposta à queda de pedras, soltas pelas pessoas que descem pelo anfiteatro e pelo recuperar das cordas.