TONEL [via tresmalhados no tempo]


Descarregar Croqui

Depois de ter escalado a via “Placas do Adriano” procurei uma nova linha que pudesse percorrer esta parede. Esta parecia ser lógica e que poderia necessitar de pouca ou nenhuma protecção fixa nos lances.

A primeira incursão foi em Agosto de 2020, e aproveitando um dia mais fresco de verão, “caiu” o primeiro lance. Este parecia ser bem mais “protegível” do que efectivamente veio a demonstrar que era. No entanto tem os pontos certos nos locais certos. Alguns deles requerem algum cuidado na colocação mas não convém desperdiçar os locais que eles não abundam. O espaçamento entre eles é também uma realidade mas dificuldade acessível ajuda.

Na seguinte tentativa o tempo fresco já não ajudou. O que parecia o início fresco acabou por ser uma aventura de fuga ao sol. Quando cheguei a meio do que seria o 3º lance estava tão seco que já não conseguia falar e comunicar com a reunião abaixo de tão seca que tinha a boca. Acabei por rapelar do grande azevinho a meio do lance e hidratar com as cervejas e outras bebidas frescas que os meus amigos (aos quais agradeço até hoje!!) que nos tinham vindo ver-nos escalar e que fizeram o enorme favor de as trazer. Nessa investida saí directo da 1ª reunião para tentar chegar o mais alto possível. O enorme atrito dos metros iniciais tornou logo evidente que teria que haver uma reunião intermédia (a actual numero 2).

Entretanto seguido do calor veio a chuva e as limitações da pandemia, o que somando à disponibilidade (ou falta dela) e o tempo limitado por ser um “guerreiro” de fim-de-semana foi empurrando no calendário a incursão seguinte.

No regresso a esta parede para a recuperação da via “Placas do Adriano” acabou por ficar evidente que a continuação do terceiro lance teria seguir pela placa de forma a podermos manter intacto o enorme azevinho que crescia na fissura (não se esqueçam que é espécie protegida!) e que mantinha suja a toda esta zona da placa.

Contrariamente ao queria quando comecei a abrir esta via, acabei por equipar de cima este lance de forma a ficar mais uniforme, e não demasiado equipado, o que alteraria o que tinha sido a via até momento.

Na primeira subida de toda a via abrimos baixo em artificial o ultimo lance que faltava seguinte uma suja fissura horizontal. No entanto ficou a ideia que depois de bem limpo dará um excelente, mas duro, lance em livre.

 

APROXIMAÇÃO


Do cruzamento onde se encontra a Porta do Parque do Campo do Geres subimos pela estrada que liga à vila das Caldas do Gerês e que dá acesso à casa abrigo da Junceda. Após as curvas iniciais encontramos uma recta antes do desvio para a Junceda. Aqui existe um pequeno abrigo, do lado esquerdo quem sobe, e uma zona onde é possível estacionar.

Daqui saímos por um caminho do lado contrário da estrada, passamos por uma zona de árvores e iniciamos a contornar as linhas de água, sem descermos muito, e seguindo os caminhos que vamos encontrando, de forma a evitar baixar às zonas de mato. A seguir continuamos pelo caminho que segue entre a parede e uma zona de rocha à sua esquerda até atingir o evidente inicio da via.

 

VIA


Lance 1 – inicia em uns pequenos tectos/diedros que seguem para a direita. Atenção ao atrito na corda. Convém alongar os pontos com cintas. Um pouco antes de eles fecharem saímos para a placa em direcção uma lomba/tecto que atravessa da direita para a esquerda. No final desta vamos encontrar uma travessia larga (5/6metros), sem possibilidade de proteger, e que nos deixa numa pequena plataforma. Podemos melhorar a segurança da travessia colocando um bom ponto na fissura no final do rebordo que acabamos de atravessar. No final da travessia encontramos na zona alta a reunião (2 pontos, possível rappelar).

Lance 2 – este lance é relativamente pequeno de forma a não termos muito atrito no lance seguinte. Saímos da reunião e contornamos os dois grandes blocos pela esquerda. No segundo saímos pela placa onde encontramos dois pontos. A reunião é realizada com dois friends numa cómoda plataforma.

Lance 3 – seguimos agora pela fissura ao lado direito da reunião para, quando terminam, seguir pela placa de aderência. Este lance está praticamente todo equipado necessitando um friend médio/grande a meio.  Reunião equipada e onde é possível, com um único rappel de 60 metros, chegar até à base.

 

Lance 4 –  a primeira coisa que aconselho fazer é atravessar da reunião até à plataforma na base da placa do lance seguinte passando por baixo do grande bloco. Daqui seguimos inicialmente pela placa do ultimo lance da via “Placas do Adriano”. A seguir ao primeiro ponto seguimos para a fissura horizontal existente no muro à esquerda da placa. Essa fissura é um artificial simples (não esquecer os estribos) ou um lance duro com (ainda) muita sujidade. No final da fissura seguimos pela placa (sem pontos) até umas fissuras onde montamos a reunião.

Resta-nos subir por terreno fácil até ao cimo do Tonel.

A descida pode ser feita através de rappel nas reuniões da via “Placas do Adriano” ou então descendo pelo caminho pelo lado contrário à via seguindo as mariolas que nos deixam no colo existente do lado esquerdo do maciço. Daqui continuamos a descer para passar junto à ao inicio da via e seguir novamente o caminho de subida.

 

Informações

Água é necessário levar água pois não existe abastecimento perto das paredes. Dada a orientação da parede ela extremamente quente nos dias mais calorosos pelo que convém salvaguardar essa questão.

Dormida parque campismo no Campo do Gerês ou outros alojamentos nesta localidade

Rocha placas de granito com cristais de quartzo por vezes grandes