TOROZO [gran diedro]

Pela proximidade de Gredos e das agulhas dos Galayos, as paredes do Torozo e Albujea acabaram por ser menos conhecidas entre nós. Com vários cimos e paredes, esta zona conta com quase 200 vias entre o IV e o 8º grau. É uma escalada com muitas zonas de placa de aderência intervaladas por diedros e fissuras.

Cartaz das comemorações dos 50 anos colocado no bar La Parada del Arriero, local onde também podemos ver os croquis

As primeiras vias remontam aos anos 70. Entre elas está a Gran Diedro cuja primeira ascensão só foi realizada após várias tentativas ao longo dos anos tendo sido ganha pela cordada Emilio García Viel e Eduardo Sánchez, em 4 de junho de 1972, pouco tempo depois de outra cordada ter desistido por não ter encontrado a passagem precisamente no diedro que lhe dá o nome.

A via original não segue exactamente a linha que é percorrida actualmente por quase todas as cordadas. A linha da primeira ascensão percorre uma fissura à direita do diedro acabando por se juntar no cimo do mesmo.

APROXIMAÇÃO


As aproximações vão desde uns 30 minutos para as primeiras vias da Albujea até algumas horas para as vias mais longínquas. As descidas, apesar de não serem especialmente complicadas, podem durar quase o mesmo (ou mais) que as aproximações.

Lance 2 – pela placa aderência

Descarregar acesso

A aproximação inicia no Puerto del Pico, onde podemos deixar o carro no parque de estacionamento. Neste local encontramos um café/restaurante e uma bica de água. Por trás do restaurante sai o caminho em direcção ao refúgio del Tio Manteca que coincide com as marcas da Senda do Torozo, PR-AV 37. Ao chegar aqui seguir por um trilho, quase a meia encosta, que corta a linha de água. Aqui podemos encontrar uma fonte quase sempre com água. Mais à frente o caminho continua marcado com mariolas até próximo da base da Albujea. Para a base do Torozo continuamos a seguir as mariolas, inicialmente com tendência a descer na diagonal e depois na horizontal, pelo meio de algum mato. Depois de travessarmos umas llambrias começamos a subir para o início da via junto a uns característicos grandes blocos e árvores.

Lance 3 – diedro inclinando

A VIA


Primeiro lance – inicia numas fissuras pouco marcadas que levam a outra, mais evidente e que inicialmente segue no meio de dois blocos, e que dá acesso à primeira reunião equipada.

Segundo lance – o segundo lance percorre uma placa com dois pontos, ou então umas pequenas fissuras á sua direita, para alcançar a segunda reunião

Terceiro lance – este lance inicia por um bonito diedro inclinado com uma fissura boa de se proteger. Quando este diedro termina entramos numa chaminé-diedro que nos deixa próximo da terceira reunião.

Quarto lance – este é o famoso lance do grande diedro, apesar que a linha original segue umas fissuras mais a direita. As ambas as linhas se encontram na parte alta do diedro seguindo pelos diedros finais, que evitam os subprumos mesmo por cima, até encontrarmos a quarta reunião numa plataforma á direita.

Quinto lance (e trepada final) – saímos da última reunião através de uma travessia para a esquerda contornando os pequenos tectos até encontrarmos um canal á direita por onde subimos. O melhor será efectuar a próxima reunião um pouco antes do seu cimo de forma a reduzir o atrito. Após esta reunião seguem-se uns 60/70 metros de trepes que podemos fazer lance a lance ou já sem corda, caso nos estivermos á vontade neste tipo de terreno.

Lance 4 – grande diedro

DESCIDA


Uma vez no cume seguimos em direcção ao canal que separa o Torozo do Alto de los Monteses. Aqui encontramos uma reunião de rappel – mais ou menos 25 metros – que nos permite descer para o canal. Também podemos destrepar á esquerda desta através de uma serie de viras. No entanto em caso de tempo húmido o rappel é o mais seguro.

Só nos resta descer pelo canal que separa o Torozo da Albujea (trilho marcado com mariolas mais ou menos regulares) até voltarmos a encontrar o caminho de aproximação, já próximo das primeiras vias da Albujea, e depois descer até ao carro.

Informações

Água perto das paredes não existe água. Encontramos uma fonte no colo junto ao estacionamento e uma pequena bica quando seguimos o caminho a seguir ao refugio Tio Manteca. Apesar de existirem indicações que esta bica se mantém todo o ano no final do verão isso pode não ser verdade.

Dormida existem alguns locais de bivaque a caminho das paredes, e também alguns bons locais no colo para paramos se estivermos de van (atenção à legislação). Também podemos optar por algum dos parques de campismo existentes a sul ou alojamento. O parque mais próximo talvez seja o Camping Prados Abiertos, apesar de não ser nada de especial tem um bar onde se comem os petiscos interessantes.

Rocha a rocha é granito de grão pequeno mas bastante aderente fruto da exposição aos invernos de neve. A zona do Torozo é mais fissurado do que na Albujea onde as placas são mais habituais.

Altura do ano de junho/julho a setembro não é um sitio para escalar. A orientação a sul e o calor do centro de Espanha torna a escalada insuportável. As melhoras alturas são a primavera e o outono onde orientação traz os melhores benefícios.

Para quem quiser obter mais informação da zona existe um optimo guia que podemos encontrar na Livraria Desnivel

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