SERRA GERÊS [Xertelo-Carris-Cela-Xertelo]

Após vários meses a adiar este percurso finalmente surgiu a oportunidade. Saímos sem termos a certeza de quantos dias ao certo vamos demorar ou mesmo se é possível passar por onde estamos a pensar. Apesar de estarmos em Junho o tempo está relativamente fresco o que ajuda na deslocação.Partimos da pequena aldeia de Xertelo em direcção a norte tendo os Carris como objectivo. Seguimos por um óptimo caminho até atingirmos estradão vai para o Porto da Lage.

Aqui acompanhamos um pouco o Ribeiro do Penedo para o atravessarmos um pouco mais à frente. Nesta zona é aconselhável estar com um pouco de atenção já que o caminho desaparece no meio da vegetação para em seguida surgir do outro lado do rio. A seguir a passarmos o ribeiro o caminho sobre até à Lage dos Bois para baixar até ao Corgo da Lamalonga.

A partir daqui já podemos bem os lavadouros das minas dos Carris. O tempo está meio tapado, mas vai-se aguentando. Chegamos aos Carris e aproveitamos para dar uma volta e comer qualquer coisa. É fabuloso como há sessenta anos atrás vieram aqui, no meio da Serra do Geres, abrir uma mina e construir uma estrutura deste tamanho. Vale a pena ver o blog carris-geres.blogspot.com/ e recordar esses tempos. É cedo e o tempo parece prometer água. Montamos tudo para dormir e toca a fazer o tacho. Estamos em Junho mas o tempo é mais de Março…

Acordamos no dia seguinte com a chuva o que nos fez só nos levantar às 11 da manhã. Depois de ir adiando a partida para ver como o tempo se decide a ficar acabamos por sair às 13 para tentar continuar.

Seguimos em direção ao Pico da Nevosa. O tempo mantém-se e continuamos pela fronteira. Avistamos uma grande cabra fruto da reintrodução feita pelos espanhóis. Continuamos para Ourela dos Rubios. Nesta zona o caminho nem sempre é evidente para vai permitindo continuar pela fronteira até esta seguir para norte. Aqui viramos para Sul para acompanharmos a Corga das Lamas do Compadre. O dia já vai perto do final quando procuramos o caminho na encosta da Garganta das Negras?? em direção à Barragem da Paradela e à foz do rio Dorna. 

Sabemos que existe um caminho mais a norte, mas não queremos perder tempo a procurá-lo. É de noite quando chegamos ao espelho de água da barragem e contornámos até ao desague do rio Dorna. A barragem está cheia como já não vimos há alguns anos.

Isto impede-nos de atravessar facilmente. Seguimos um pouco acima do rio para tentar um local que já conhecíamos. Quando lá chegamos acendemos os frontais para ir ter a certeza: acertamos à primeira na única passagem que existe no meio do mato. Foi trepar na passagem empinada até à parte alta. O que tínhamos mais receio está feito. Resta-nos arranjar um sítio para passar a noite.

No dia seguinte é a parte mais fácil do percurso. Um velho caminho de ligação de aldeias – entretanto recuperado e alargado – liga Sirvozelo, Cela e Lapela, terminado no nosso objectivo: Xertelo. O tempo melhorou imenso e o percurso é bastante quente. Finalmente nota-se que estamos em Junho e recordamos a sorte que tivemos na temperatura dos dois últimos dias. Um almoço a meio do caminho – por baixo de uma das poucas árvores que existem nesta parte do percurso e mesmo por cima de um ribeiro – e uns “panachés” em lapela ajuda-nos a chegar ao carro depois dos 40 km dos últimos três dias.


Descrição GPS

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