PUNTA ESCARRA [corredor norte + aresta NO]
A Punta Escarra é uma estética e chamativa montanha com um formato piramidal que se destaca das montanhas mais próximas que a rodeiam.
Não tem uma via de ascensão “a andar” sendo esta talvez a forma mais acessível de chegar ao seu cume. É uma via variada entre corredor, misto, etc.
Nós subimos no fim da época com locais onde a falta de neve pode dar um pouco mais de trabalho ou facilitar, em relação ao percorrer esta linha no período mais rigoroso do inverno. No corredor facilita ter melhor neve mas na aresta a neve e o gelo podem tornar a linha mais exposta.
A Punta Escarra está situada no início dos vales de Izás, Ip e Escarra e próximo da estação de esqui de Formigal. Qualquer que seja o início que escolhermos vamos sempre encontrar uma aproximação algo longa, mas sem ser desesperante.
Nós optamos por sair do parque de estacionamento de Sairros na estação de esqui de Formigal. Se formos no fim da época do esqui, e já quando as pistas estão fechadas, temos de ter em atenção que o acesso desde a estrada que segue para fronteira pode estar fechado. Isto acrescenta uma hora, a uma e meia a mais ao percurso em cada sentido.
PERCURSO
Do parque de estacionamento de Sairros seguimos a pista de esqui mais cumprida e que sobe o vale até ao colo de Izas onde se encontra a cabina superior da pista que fomos subindo. Ao chegar aqui temos a primeira visão da Punta Escarra e todo o seu aspecto vertical seguido da imponente Pala de Ip. À direita do colo o Pico Royo marca o limite do vale que subimos.
Agora temos de ir contornando as pequenas lombas que nos vão cortando o caminho directo à base do corredor. Será melhor não descer muito ao fundo do vale, mas também penso que não compensa seguir a cumeada que parte do colo de Izas sobre a nossa esquerda. Manter a meia encosta será a melhor opção.
Continuamos para entrar no canal de dejeção e seguir pelo corredor propriamente dito durante os próximos 250 metros. Estando o corredor carregado será uma rampa continua onde encontramos o máximo de uns 50º na parte final antes do colo. Em anos com mais neve, ou depois de grandes nevadas, poderemos encontrar aqui cornijas que podem ser mais difíceis de passar ou bloquear-nos a passagem. Estando o corredor mais seco ou com gelo podemos, em alguns locais, encontrar ressaltes com mais inclinação, essencialmente na sua metade inferior onde existe um grande bloco. Habitualmente é possível contornar pela sua esquerda.
Quando chegamos ao colo encontramos a parte final com um aspecto mais vertical e intimidante do que verdadeiramente é. Iniciamos seguindo mais ou menos pelo centro da parede seguindo uma rampa de neve que dá acesso a uma franja de neve suspensa. Em alturas em que a parede esteja mais seca esta passagem pode estar em rocha e dar um pouco de mais “luta” com passos IIIº. Na parede em frente encontramos a primeira reunião com dois parabolts. Esta será o último rappel quando viermos na descida. De uma forma geral iremos coincidir as reuniões na subida e na descida.
Seguimos para a esquerda pela fácil franja de neve até chegarmos perto da aresta e encontramos um canal/diedro com uns 15 metros que nos leva até a um grande bloco onde teremos nova reunião com dois pontos. Se não houver neve neste canal teremos passos de II+/III para trepar até à reunião.
A partir daqui estaremos na aresta propriamente dita, e na parte mais exposta caso exista gelo. Seguimos a pala de neve com uns 50/55º para uns 30 metros depois termos uma reunião com dois pontos. Será melhor seguirmos mais uns 20 metros até um bloco onde encontramos uma reunião montada com uns cordinos. Desta forma rentabilizamos melhor as distâncias. O lance seguinte é semelhante e já nos deixa no cimo onde voltamos a encontrar nova reunião equipada. Esta parte poderá ser mais em blocos de rocha com passos de II/IIIº e misto se fizermos a via mais para o final da época.
A vista do cume é fantástica… Telera, Collarada, Pala de Ip, Midí d´Ossau, Palas, Balaitús, Vignemale…
Para descer começamos na reunião perto do cume e descemos até ao bloco equipado com cordinos. É possível fazer até mais abaixo mas o risco da corda ficar presa e o enorme atrito compensa fazer primeiro este rappel de 30 metros. A seguir descemos directos para a reunião acima do canal/diedro que são uns outros 30/40 metros. É possível usar uma única corda de 60 metros durante toda a escalada e para descer passarmos na seguinte reunião equipada.
Rapelamos agora a franja de neve para atingir a primeira reunião equipada que encontramos na subida. Aqui temos que ter o cuidado de puxar a corda de próximo da base do canal pois de outra forma teremos um enorme atrito.
Resta-nos fazer o último rapel, que aconselho a aproveitar ao máximo o cumprimento das cordas e ficarmos já a meio da rampa de acesso ao colo. Daqui destrepamos todo o corredor e fazer todo o caminho de regresso. Se estivermos de skis será uma excelente esquiada até ao carro!
Dormida – fruto das pistas de ski existem muitas opções na zona. Já usei duas soluções que são as que comento. Uma é a Residencial Bubal, que fica mais perto de Peña Telera, mas sem lojas ou restauração perto. É uma area com pequenos apartamentos a um preço excelente para a zona. Apesar das instalações serem antigas algumas remodelações mais recentes, e o preço, transformam numa optima opção. A outra é o parque de campismo Escarra. Tem zona para acampar, bungalows e hotel. Mais caro nas ultimas opções, é uma solução para quem quiser ficar próximo de um centro populacional.
Rocha – a rocha é calcario, por vezes muito fragmentado nas zonas altas, e nem sempre bom para proteger
Previsão Meteorológica