YELMO – PEDRIZA [via hermosilla]


       

O Yelmo é todo um símbolo de Pedriza! Talvez seja o risco mais característico de Pedriza, o maior e, possivelmente, o primeiro a ser escalado. Situado como um farol na zona mais alta de Pedriza as vistas são espetaculares para todo o planalto existente e todas as paredes existentes no maciço. Quando chegamos à sua base a sua forma oval engana-nos quanto ao seu tamanho. Só quando começamos a identificar os escaladores, as cabras e outras referencias similares é que nos apercebemos do seu verdadeiro tamanho. Aqui abundam as vias de aderência, assim como a distância entre os pontos. Escalar em muitas vias por aqui obriga a ter uma boa dose de sangue-frio.

A emblemática Pedriza, local perto de Madrid, mítico a nível mundial pelas suas vias de aderência em granito. Talvez um dos motivos deste misticismo seja devido a que no despertar deste local para a escalada muitas dessas vias foram abertas de baixo, inicialmente só protegendo onde a colocação de um pitão salvador fosse possível. Mais tarde, com a aparição do famoso spit, a aventura continuou pelas longas placas, sempre abrindo de baixo, e colocando os pontos à mão cada um dos pontos salvadores, onde fosse possível o escalador equilibrar-se o suficiente para à força de muitas marteladas, conseguisse furar a rocha. Em ambas as situações surgiram vias com enormes distâncias entre os pontos de proteção onde o jogo psicológico é por vezes muito mais importante do que a própria dificuldade da escalada. Este espaçamento deu mesmo origem a uma escala de risco onde no valor mais baixo não havia risco para o escalador, mas no seu mais alto o perigo de morte era real. Por algum motivo a aparição da “goma cosida” se deu nesta zona. A necessidade de ter mais aderência nas intermináveis placas acabou por dar origem ao uso de uma borracha que permitia subir por onde até à altura parecia impossível com as botas ou alpargatas. Hoje em dia muitas das vias mais recentes já foram equipadas de descendo de cima permitindo colocar mais pontos o que acabou por dar origem a que muitas vezes é melhor nos metermos numa via mais difícil, mas mais recente, do que em algumas das vias abertas à mais de 30, 40 ou 50 anos.

Com uma das maiores áreas de granito da Europa conta com mais de 6000 vias abertas. No entanto, por estar dentro da área do Parque Regional de la Cuenca Alta del Manzanares (que por sua vez faz parte do Parque Nacional da Siera de Guadarrama), hoje é proibido abrir novas vias, estando qualquer reequipamento sujeito a aprovação por parte do parque. Também o acesso ao interior do parque está regulado (com algumas variações de ano para ano) pelo que é aconselhável consultar directamente no site do parque.

Esta via é uma clássica do Yelmo. Aberta em 1975 hoje em alguns dos lances encontramos algum equipamento. No entanto também encontramos lances praticamente sem pontos, como é o caso do terceiro que percorre em diagonal toda a placa da direita para a esquerda.

 

APROXIMAÇÃO


Para chegar podemos optar por subir directo desde o estacionamento de Canto Cochino ao prado existente na base da via (onde também podemos bivacar). Se por acaso ficamos no Refúgio Giner de los Rios também aceder ao Yelmo por norte contornando depois pela sua face este até encontrarmos a via. No ficheiro de GPS podem encontrar os dois acessos.

O parque de Canto Cochino pode considerar-se o “parque superior” do acesso à zona mais visitada de Pedriza. O acesso a este parque está condicionado nos meses mais frequentados do verão (que por um lado não são de longe os melhores para escalar nesta zona) pelo que convém inteirar-nos do funcionamento através da consulta do site do parque.  (parquenacionalsierraguadarrama.es)

 

 

VIA


Lance 1 (30m / V+) – O início é facilmente identificável através do diedro formado pela uma grande zona de rocha que se destaca na face sul. Para aceder a este temos que subir a uma zona de rocha na sua base. O lance não tem que enganar. É só seguir o diedro onde encontramos vários pontos que podemos reforçar com friends, especialmente na parte superior. A meio encontramos uma reunião na placa onde podemos proteger mas a que pretendemos é a que se encontra mesmo por baixo do tecto formado pelo diedro quando este curva para a esquerda. A reunião está equipada.

 

Lance 2 (30m / V) – No segundo lance atravessamos para a esquerda em direcção a uma chaminé. Aqui podemos subir dentro da mesma (sem nos chegarmos para o fundo que torna a passagem pior!) ou começar a sair pelo muro da esquerda para depois nos apoiarmos do lado oposto e subir até passar pela chaminé propriamente dita. No primeiro caso o passo é mais estranho do que difícil, especialmente se estamos de mochila, que é aconselhável pendurar no anel do arnês senão não passamos. No segundo caso é mais simples, mas um pedaço mais exposto pois se caímos quando temos uma perna de cada lado da chaminé vamos entrar por ela adentro. Quando saímos da chaminé só temos que continuar pelo diedro até encontrarmos a reunião montada num bloco existente acima.

 

 

Lance 3 (40m / III+) – Este lance é de todos o menos difícil, mas também aquele qua não permite qualquer queda. Saímos à direita da reunião para logo a seguir passar para a placa e alcançar uma característica dobra de rocha que nos facilita a travessia. Continuamos por esta até a uma reunião montada antes da dobra se tornar num ligeiro diedro com fissuras. Até aqui não encontramos mais que dois a três pontos ao longo da travessia. Esta travessia é conhecida por travessia diagonal de los Higinios.

Lance 4 (40m / IV+) – Saímos da reunião em direcção à fissura à esquerda da mesma para continuarmos por um ressalte que nos liga a uma larga plataforma inclinada. No cimo desta encontramos nova reunião equipada.

Daqui já é possível sair em movimento até perto do cimo seguindo primeiro em direcção a oeste para depois virarmos para nordeste até próximo do cume.

Descida – do cume destrepamos um pouco em direcção a este para logo a seguir encontrar a chaminé norte. No final desta de forma fácil contornamos o Yelmo até encontrar novamente a face sul.

 

Info

Água   não existe água potável na zona de estacionamento de Canto Cochino. É necessário trazer da povoação antes de entrar na área do parque

Dormida Só é possível bivacar (sem qualquer tipo de tenda) nas zonas autorizadas pelo parque que são áreas de maior altitude e distanciadas desta zona. A melhor opção é um dos parques de campismo próximos ou algum dos alojamentos de Manzanares el Real. Nos meses de verão é mesmo proibido deixar os carros neste estacionamento. Caso estejamos no refúgio de Giner teremos que pedir ao guarda um ticket para colocar no carro de forma a não sermos multados.

Rocha granito sem os cristais que estamos mais habituados de ver em Portugal. A aderência varia conforme a orientação e o tipo de granito que vamos encontrando

Previsão Meteorológica

              

 

 

 

 

 

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